Opinião

Tony Romo deveria ter voltado para o jogo?

(foto : Tim Sharp/AP Photo)

 

Terceiro quarto. Washington Redskins 10, Dallas Cowboys 7. 7:59 no relógio. 3rd & 11. Snap, cinco passos para trás e Tony Romo olha para sua direita, onde Jason Witten e Terrance Williams correm suas rotas. Eram cinco jogadores da linha ofensiva, além de James Hanna e DeMarco Murray para proteger o quarterback. Só tinha um problema: foram oito jogadores para cima de Romo. Sem marcação, Robinson não teve dificuldade em conseguir o sack. Romo, ao tentar escapar do inevitável, acaba levando uma joelhada nas costas e cai. Tensão no estádio enquanto Romo era atendido e depois quando foi levado para o vestiário.

Faltando 1:52 para o fim do último quarto, Tony Romo volta a campo para o drive decisivo. A pergunta que fica é: ele realmente deveria ter voltado?

Situação da partida

O Cowboys perdia por 10 a 7 quando Romo se lesionou e ao voltar o placar estava empatado: 17 a 17. Das três campanhas do Redskins nesse intervalo, apenas uma o time saiu com pontuação: um touchdown de Colt McCoy. Se a defesa ia bem, o ataque vinha melhorando. Foram duas campanhas e duas pontuações, totalizando um total de 10 pontos para empatar a partida. Com o time nessa crescente e a defesa, mesmo com bastante tempo em campo, cedendo apenas 7 pontos em três campanhas, valeria a pena o Romo ter voltado?

Brandon Weeden

O reserva Brandon Weeden, que foi mal quando jogou de titular em Cleveland nos últimos dois anos, estava dando conta do recado. Sim, na sua primeira campanha em campo, Weeden foi 0/2 em passes que poderiam ter levado ao touchdown e a virada no momento do jogo. Entretanto, o Cowboys estava a 3 jardas da endzone e DeMarco Murray havia corrido 54 jardas nas últimas duas jogadas. Com Murray tendo esse desempenho, o Cowboys precisava mesmo chamar duas jogadas seguidas de passe? Bom, eu acho que não.

Em sua segunda campanha, o Cowboys mostrou o ataque que vinha indo bem nas últimas partidas: sem forçar grandes jogadas do Weeden, as chamadas balancearam passes e corridas (5 a 3, respectivamente). Com o ataque balanceado, o Redskins ficou mais receoso em mandar blitz para cima de Weeden que, com tempo no pocket, levou o time ao seu segundo touchdown no jogo após passe para Jason Witten. Com Weeden tendo bons resultados, foi certa a atitude de colocar Romo de volta a campo?

Situação de Tony Romo

Após o jogo, Romo confessou ter tomado infiltrações para poder aliviar a dor e voltar a jogar. Sem estar 100%, Romo voltou a campo correndo um risco enorme: o de agravamento da lesão. Sabendo da situação de Romo e sabendo que o jogador estava com a mobilidade baixa, o que se viu foi a defesa do Redskins mandar blitz em praticamente todas as jogadas da última campanha do tempo regulamentar. Nas duas vezes que atravessaram a linha ofensiva, o Cowboys sofreu um fumble (recuperado pelo DeMarco Murray) e sofreu um intentional grounding para evitar que o Romo levasse o sack. Dado a lesão do momento e seu problema nas costas que já o tirou de alguns treinos durante a temporada, Romo deveria mesmo ter voltado? Ou melhor, Romo deveria ter continuado em campo?

A temporada em jogo

Depois de sete anos o Cowboys voltou a ter uma das melhores campanhas da NFL. Com um 6-1, o Cowboys correu um risco tremendo ao sacrificar o Romo na partida. Poderíamos ter vencido? Sim, poderíamos. Mas poderíamos ter exigido mais do que Tony suportaria. Agravando sua lesão, Romo poderia ficar de fora de jogos em que Dallas realmente necessita dele, como o jogo contra o Arizona Cardinals no próximo domingo e os jogos depois da bye week, por sinal os mais difíceis da temporada. Arriscar a temporada assim por conta de uma vitória, mesmo que dentro da divisão, pareceu-me arriscada demais.

Sim, é verdade que Tony Romo pediu para voltar ao jogo. De acordo com fontes, ninguém evitaria Romo de voltar ao jogo, tamanha a sua força de vontade. Por mais que Romo já tenha vencido dois jogos no fim lesionado em sua carreira pelo Cowboys (2011 contra o 49ers e 2013 contra o próprio Redskins, ambos fora de casa), o Cowboys não deveria ter arriscado tanto com seu quarterback número 1. O problema é dizer isso ao camisa 9, discutivelmente o jogador mais questionado do Dallas Cowboys e indiscutivelmente o jogador com mais vontade de provar o contrário a todos que o questionam.

Tony Romo é hoje a cara do time, e não poderíamos nos dar o luxo de ver o time de fora do resto da temporada. Mas quem disse que o time se entrega tão facilmente?

Gabriel Plat

Curte NFL por escolha e o Dallas Cowboys por amor. Aprecia a boa música e compartilha outro sofrimento: o Botafogo. Um dos participantes do podcast.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

Botão Voltar ao topo