Sindicato dos Atletas da NFL estende prazo de votações e de designação das transition e franchise tags
O sindicato dos jogadores da NFL (NFLPA) prorrogou em dois dias o prazo para que seus membros votem em um novo contrato de trabalho com a liga.
Ao mesmo tempo que este anúncio foi feito, também restou acordado entre a NFLPA e a NFL que o prazo final para que as franquias exerçam seu direito de designar um atleta com a franchise ou transition tag passou de 12 para 16 de março, próxima segunda-feira. Inicialmente o prazo já havia sido estendido de 10 para 12 de março, antes dessa última alteração. Assim, os Cowboys ganham um prazo extra para celebrar acordos com os seus principais jogadores e que poderiam receber uma dessas tags caso o prazo não fosse ampliado, entre eles Dak Prescott, Amari Cooper e Byron Jones.
Ainda para 2020, não restou alterada a possibilidade de uma franquia utilizar duas tags, uma franchise e uma transition.
As cédulas de cerca de 2.500 membros deverão ser entregues até às 23h59 (fuso horário do leste dos Estados Unidos) deste sábado. A NFL Players Association não deu razão para a extensão do prazo, embora o fato de existir tantos jogadores e a necessidade de cumprir o prazo anteriormente previsto de uma semana certamente possa apresentar problemas logísticos.
O sindicato disse através de sua conta no Twitter que a extensão veio após uma votação por representantes de jogadores.
“Toda votação importa e incentivamos todos os jogadores a revisar os materiais enviados por e-mail para tomar uma decisão bem informada”, escreveu o sindicato.
O tackle Russell Okung, recentemente trocado pelos Chargers aos Panthers e que concorreu à presidência do sindicato quando Eric Winston sair do cargo, ficou se questionando sobre o processo de votação – o suficiente para que ele registrasse uma queixa no Conselho Nacional de Relações Trabalhistas (NLRB), alegando que a NFLPA negociou o acordo com a liga de má fé.
Okung acusou DeMaurice Smith, diretor executivo da NFLPA, de se apressar para votar o novo acordo após objeções do conselho executivo do sindicato, que votou 6-5 contra ele.
A movimentação um tanto incomum de Okung ocorreu um dia antes dos 32 representantes dos atletas votarem em um novo presidente. Os outros candidatos eram Sam Acho, linebacker dos Buccaneers, Michael Thomas, safety dos Giants e JC Tretter, center dos Browns. Restou eleito J.C. Tretter na data de hoje.
O New York Times informou em primeira mão a ação de Okung com o NLRB.
Os 32 proprietários da NFL aprovaram um acordo no mês passado. O conselho executivo da NFLPA o rejeitou, mas os representantes votaram 17 a 14 a favor. É necessária uma maioria simples dos membros do sindicato para aceitar ou rejeitar o acerto que duraria até a temporada de 2030.
Todos os jogadores em dia com suas quotas sociais durante a temporada de 2019 receberam uma cédula para votação, disse a NFLPA. Será mantido o sigilo dos votos e eles serão recebidos por um auditor independente.
Os proprietários precisam de um acordo trabalhista para maximizar sua influência na próxima rodada de negociações dos contratos com a televisão, estimado em bilhões de dólares. Com os donos inabaláveis a favor de uma temporada regular de 17 jogos, que começaria já em 2021 ou o mais tardar em 2023, os jogadores se concentrariam mais em salvaguardas para o desgaste adicional, maior número de jogadores no roster e uma participação maior na receita gerada com o jogo extra.
Muitos jogadores de grande relevância se pronunciaram com firmeza contra a proposta, incluindo o quarterback do Green Bay Aaron Rodgers, o quarterback do Seattle Russell Wilson, o defensive end de Houston J.J. Watt, o center de Pittsburgh Maurkice Pouncey e o wide receiver de Minnesota Stefon Diggs.
Sua principal divergência diz respeito com o que entendem como insuficiente para recompensar e proteger os jogadores pelo jogo extra. Pouncey chegou ao ponto de anunciar recentemente nas mídias sociais que estava organizando um fundo de contingência com os colegas também críticos dessas propostas, entre eles seu irmão Mike Pouncey e Okung, que ajudariam jovens jogadores em caso de greve deflagrada. Okung também está concorrendo à presidência da NFLPA, uma posição que Eric Winston está deixando.
Esse acordo (CBA) daria uma recompensa maior aos jogadores iniciantes do que a atual, com um aumento de aproximadamente 20% no salário mínimo imediatamente, passando para US$ 610.000. Esse valor chegaria a US$ 1 milhão até 2029.
Entre as mudanças notáveis na nova CBA proposta:
– A parcela do direito dos jogadores na receita da liga, atualmente em 47%, aumentaria para pelo menos 48% a partir de 2021.
– As práticas com paddles no training camp seriam reduzidas de 28 para 16, com um período de aclimatação de cinco dias, anterior ao início dos treinos de verão. Isso significaria mais dias de folga obrigatórios durante o camp e um limite para treinos conjuntos com outras franquias.
– O 17º jogo da temporada regular provocaria a eliminação do quarto jogo da pré-temporada.
– Os rosters ativos seriam ampliados de 53 para 55 jogadores, com a opção de convocar até dois jogadores do practice squad por semana. O número de jogadores ativos nos dias de jogo aumentaria de 46 para 48 jogadores, desde que pelo menos oito offensive linemen fossem incluídos. Os practice squads aumentariam de 10 para 12 jogadores imediatamente, com um salto para 14 jogadores em 2022.
– Os atletas teriam os pagamentos de seus salários distribuídos no período de 36 semanas a cada ano, assim que o número de 17 jogos fosse implementado – que na realidade é de 18 semanas, incluindo byes. Atualmente, eles são pagos em 17 parcelas semanais pela programação de 16 jogos.
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