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Paul Alexander, técnico da linha ofensiva, é demitido após 7 jogos

Hoje, a diretoria do Cowboys tomou uma decisáo importante. Após apenas 7 jogos com o time, o técnico de linha ofensiva Paul Alexander foi demitido e o seu assistente, Marc Colombo, assumirá o cargo. É a primeira mudança na comissão técnica nesta temporada.

Ou melhor, depois que a temporada começou, já que, na última offseason o Cowboys trocou sete de seus técnicos. Entretanto, não mudou o head coach nem os coordenadores ofensivo ou defensivo. Essa foi a primeira vez em 30 anos que um time mudou tantos técnicos assim sem mudar uma das três peças principais de sua comissão.

Um dos recém-chegados era Paul Alexander, que trabalhou anteriormente no Cincinnati Bengals, onde havia passado os últimos 23 anos como técnico de linha ofensiva. Alexander veio para substituir Frank Pollack, que, por sua vez, foi para Cincinnati.

Então basicamente os times trocaram os técnicos? Sim, mas era fácil ver que o Cowboys havia se saído pior. A OL do Bengals teve uma temporada péssima em 2017. No jogo terrestre, o time foi o 30º  da liga em touchdowns (6) e em jardas por tentativa (3,6), além de ser o penúltimo em jardas totais (1.366). Do outro lado, o Cowboys havia tido uma produção muito boa de sua OL. Foi o segundo em jardas totais (2.170) e o terceiro em jardas por tentativa (4,5), mesmo com seu principal running back, Ezekiel Elliott, suspenso por 6 dos 16 jogos.

Pollack havia montado e treinado desde 2015 uma linha ofensiva que conta com três jogadores que foram eleitos All-Pro em 2016: o tackle Tyron Smith, o center Travis Frederick e o guard Zack Martin.

Além deles, alguns talentos subestimados surgiram sob o comando de Pollack. O guard Ronald Leary , que nem sequer foi escolhido no draft, começou a temporada de 2016 no banco, mas tornou-se titular e teve uma temporada espetacular, que lhe valeu um contrato de 4 anos e US$36 milhões com o Denver Broncos no ano seguinte. Outro guard, Jonathan Cooper, que substituiu Leary em 2017 e também teve uma boa temporada, nunca conseguiu sucesso em outra equipe. O tackle La’el Collins mostrou grande desenvolvimento na última temporada depois de ser mudado de posição e se firmou como titular.

Tudo isso mostra um grande trabalho do técnico. E, mesmo assim, a diretoria do Cowboys o liberou. Agora parece querer corrigir o erro, mas talvez isso já tenha custado a temporada para a equipe.

Vamos aos números. A linha ofensiva do Cowboys está muito longe de ser ruim. Tem a terceira melhor marca em jardas por tentativa (4,9) e a quarta melhor em jardas por jogo (136,9). Em ambos os números, está melhor que no ano passado. Boa parte disso é responsabilidade de Zeke, mas vamos dar os créditos devidos aos grandões.

Mas, quando analisamos separadamente os jogos dentro e fora de casa, ficam evidentes alguns problemas.

Em casa: 175,7 jardas terrestres por jogo, 5,2 jardas por tentativa e 6 sacks cedidos.
Fora de casa: 107,8 jardas terrestres por jogo, 4,7 jardas por tentativa e 17 sacks cedidos.

O que mais chama a atenção é a proteção de passe. Dak Prescott tem tido pouquíssimo tempo no pocket e sido muito pressionado. A enorme diferença entre os jogos no AT&T Stadium e fora dele provavelmente se deve à maior dificuldade da linha em se comunicar com todo o barulho da torcida adversária. É de se esperar que um time vá melhor em seu estádio do que fora dele. Mas essa discrepância seria muito amenizada com o comando de um bom técnico, que conseguisse instruir seus jogadores sobre como ler a defesa e saber o que fazer mesmo se não for possível a comunicação.

Paul Alexander tinha todas as armas de que precisava. Obviamente o desfalque de Travis Frederick é muito relevante, mas Joe Looney tem feito um ótimo trabalho substituindo-o. Connor Williams é um novato de segunda rodada no qual se colocou muita expectativa e ele não tem respondido à altura, provavelmente por estar tendo uma transição difícil do college para a NFL. Mas Zack Martin, Tyron Smith e La’el Collins foram muito bem no ano passado e estão à disposição.

Mas agora, vamos olhar para o futuro. Marc Colombo, que agora assume a posição jogou seis anos pelo Cowboys e foi titular em 72 jogos. É assistente na linha ofensiva desde 2016, provavelmente a melhor temporada dessa unidade do Cowboys em muitos anos. Colombo trabalhou bastante com Pollack e pode ter muito a oferecer para o time. Quem sabe, com ele, o time engrena.

Guilherme Ludescher

Estudante de engenharia de computação e amante de futebol americano de todos os jeitos: no videogame, na TV e em campo.

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