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OPINIÃO| Tavon Austin ou Cole Beasley: qual dos dois deve ficar?

O Dallas Cowboys sempre foi um time que na sua história teve ótimos jogadores na posição de recebedor principal, aquele que puxa a responsabilidade para si e que no momento mais importante ele irá marcar o touchdown. Exemplos não faltam: Michael Irvin, Drew Pearson, Bob Hayes, entre outros.

Mas, nos últimos anos, a posição de slot receiver em Dallas foi bem valorizada. Tudo por causa de Cole Beasley, o jogador que veio para o time em 2012 após não ter sido draftado. Beasley mostrou, ano após ano, uma evolução e habilidade que o credenciou a figurar entre os melhores jogadores de sua posição.

Em 2015 foi o ano chave para Beasley: com a lesão do principal recebedor dos Cowboys, Cole acabou sendo um dos alvos mais importantes para o então quarterback Tony Romo. Sendo ágil, correndo boas rotas e dificilmente dropando os passes, Beasley teve o seu melhor ano até então, marcando 5 touchdowns e ajudando o time a chegar nos playoffs. Isso foi o suficiente para lhe garantir uma extensão contratual de 4 anos e quase US$ 14 milhões, contrato que a maioria dos torcedores — e eu me incluo — achou que foi muito bem feito, visto o dinamismo que Beasley entregava no ataque.

Após um ano de 2017 apático para todos os jogadores dos Cowboys, o time decidiu no último dia do Draft fazer duas trocas que envolvia quem seria o reserva de Beasley na temporada. Ryan Switzer. que só estava há um ano com o time, foi trocado para o Oakland Raiders e o Cowboys deu uma escolha de sexta rodada para o Los Angeles Rams pelo recebedor Tavon Austin.

Austin que foi selecionado no draft de 2013 na oitava escolha geral, recebeu muitos holofotes visto que era o primeiro recebedor selecionado naquele ano. O jogador teve bons números apesar de estar em um time mal estruturado e que era o saco de pancadas de sua divisão.

A troca que os Cowboys fizeram, pareceu estranha no inicio, já que tínhamos um sólido jogador na posição de slot e no draft selecionamos mais dois WRs. Não era necessário trazer um veterano que veio de uma temporada quase sem receber snaps nos Rams após a mudança de técnico, mas o valor que Dallas pagaria, apenas US$ 1 milhão de salário, junto com sua habilidade como retornador e em trick plays, poderia dar um retorno maior que o pequeno investimento.

Além disso, Austin seria uma sombra para Beasley, pois ambos os jogadores estariam no seu último ano de contrato e os Cowboys ganharia muito com essa disputa entre eles. Infelizmente, as lesões atrapalharam essa competição: Austin jogou apenas sete jogos e teve números inexpressivos com o time, muito também por conta do mal serviço feito pelo coordenador ofensivo. Ainda assim, mostrou seu valor quando era acionado e quando era o retornador do time, algo que Beasley parecia ter medo de fazer.

Agora, com o fim da temporada, os dois jogadores podem testar a free agency e ver seu valor de mercado ou podem aceitar uma extensão contratual que Dallas vier a oferecer, mas com a lista de jogadores sem contrato este ano e tendo que pensar nos contratos de jogadores novos para o futuro, ambos não estão no topo da prioridade em Dallas.

Beasley já deu algumas declarações que quer ser o jogador mais bem pago em sua posição, além de soltar algumas críticas por não ter recebido muitos passes para touchdown durante 2018, algo que pode sim influenciar a decisão de aceitar ou não um possível contrato dos Cowboys. Já Tavon, por não ter participado nem da metade da temporada por conta de suas lesões, sabe que o seu futuro também é incerto.

Na minha opinião, o Cowboys só ficará com um dos dois jogadores e é necessário ponderar não só o seu passado dentro de campo, mas também o que acontece fora dos gramados. Beasley vai iniciar a temporada com 30 anos e se mostrou insatisfeito com sua produção principalmente em touchdowns e não teve uma boa participação nos times especiais. A impressão é que ele estava com receio de retornar ou simplesmente não queria, para não ter o perigo de se lesionar no último ano de seu contrato. Isso era algo perceptível durante os jogos. Além do mais, Beasley deve pedir no mínimo US$7 milhões por ano, algo que para os Cowboys é impossível de pagar.

Por outro lado, Tavon terá 29 anos quando a temporada começar e, mesmo vindo de um ano fraco por conta das lesões, o time sabe que o jogador tem potencial para ter as melhores temporadas de sua carreira. Ainda, o seu valor de mercado parece ser bem abaixo de Beasley — imagino algo em torno de 3 a 4 milhões por ano no máximo –, mas também não descarto a hipótese de um contrato de um ano com valores em torno de apenas US$2 milhões para o próprio jogador mostrar a sua capacidade.

De toda forma, se sou o front office dos Cowboys, fecharia contrato com Austin antes de iniciar a free agency e não ter o perigo de algum time oferecer um valor alto para ele. Seu custo-beneficio seria bom para Dallas, pois ainda irá continuar com um ótimo slot receiver no time e terá um retornador sólido se continuar mostrando o que fez em toda sua carreira. Além disso, o Cowboys não teria um grande impacto no seu cap e pode reforçar o time em outras posições.

Não é fácil descartar um jogador que já faz parte do time a 8 anos, mas todos sabemos que não é apenas esporte, mas também negócios. Os Cowboys precisam pensar no melhor para o time e se isso é não renovar com Beasley, estou totalmente de acordo. No entanto, os bons momentos proporcionados pelo The Sauce não serão esquecidos.

Vinicius Iori

Desde 2006 acompanhando esse time e desde 2017 compartilhando o máximo de informações sobre o Time da América.

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