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OPINIÃO | High-risk, high-reward

High-risk, high-reward: em sua tradução literal “alto risco, alta recompensa”, uma expressão comum norte-americana para definir algo potencialmente perigoso, mas que pode dar um alto retorno. Ela define perfeitamente a classe do Dallas Cowboys no draft de 2015.

No último dia 17, tivemos a noite da primeira rodada do draft da NFL. Após vários dos alvos dos Cowboys serem selecionados, o time tirou a sorte grande e conseguiu o cornerback Byron Jones, de Connecticut. Mesmo considerado um dos melhores de sua posição vindo do college, Jones foi um risco por parte equipe. O motivo? Após não ter sido grande destaque na universidade ele subiu nos mocks draft após um combine (série de treinos e testes realizados antes do draft) impressionante, onde ele quebrou o recorde mundial no salto horizontal.

A preocupação vem justamente da falta de destaque do atleta dentro da faculdade. A liga tem um histórico de vários jogadores que se destacaram apenas, ou principalmenteno combine, eles ficam conhecidos como “combine warriors”. Nessa lista estão famosos busts (as eternas promessas) como Darius Heyward-Bey e JaMarcus Russell. Mas não há necessidade de se preocupar: jogadores como J.J. Watt e Von Miller também estão nesse clube.

Já no segundo dia do draft, a escolha sensação foi o defensive end Randy Greogry, de Nebraska. Anteriormente projetado como uma escolha top-10, Gregory teve problemas fora de campo, inclusive ser pego no teste anti-doping do combine. Por isso se viu em queda livre no draft até a escolha 60, quando foi selecionado pelo Cowboys.

Também houve a situação de La’el Collins, um offensive lineman com talento de primeira rodada, assinado por Dallas como undrafted após ser parte de uma investigação de homicídio, do qual ele nunca foi nem ao menos suspeito.

Conhecido por saber lidar com problemas fora de campo, essas escolhas são a cara de Jerry Jones. O dono dos Cowboys lidou com situações como essa quando contratou Charles Haley e, mais recentemente, selecionou Dez Bryant no draft. Haley veio a ter uma grande carreira na NFL e será introduzido ao Hall da Fama da liga neste ano e Bryant é hoje parte importantíssima do ataque da equipe e não teve mais problemas por fora das quatro linhas.

Discutivelmente a melhor classe de draft do ano, sem dúvida a mais polêmica. Os nomes presentes nela tem um grande potencial, mas caberá a Jones e o técnico Jason Garrett de tirar o melhor de cada um desses jogadores, além de manter o time unido e com baixo número de problemas. Ter um vestiário estável pode se tornar difícil, ainda mais combinado com a adesão de Greg Hardy. Mas essas são situações com que o Cowboys se tornou especialista em lidar com o passar dos anos, e eu acredito que dessa vez não será diferente, mas o risco continua.

João Lucas Rodrigues

Um dos primeiros a escrever no site, torce pros Cowboys apenas desde 2012, mas o amor já é grande. Colunista, autor da Secada da Rodada.

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