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OPINIÃO | DeMarcus Ware em Dallas? Saiba porque isso é um sonho (bem) possível

Super Bowl 50. Depois de uma boa atuação, DeMarcus Ware finalmente conseguiu ajudar o Denver Broncos a vencer por 24 a 10 e conquistou seu tão merecido anel. Afinal, um dos melhores pass rushers da história da NFL merecia estar entre os jogadores que alcançaram o topo da NFL.

Para os torcedores do Dallas Cowboys, restou um sentimento de felicidade pelo jogador, mas de tristeza por não vê-lo conquistar o troféu Lombardi jogando com a estrela em seu capacete. E também saudades em ver Ware derrubando quarterbacks, especialmente o Eli Manning (um dos meus momentos preferidos nas partidas contra o Giants, confesso).

Mas DeMarcus Ware em Dallas é passado… não é?

Bom, nem tanto assim.

Olhando por alto, a ideia parece bem improvável. Ware vem tendo um bom desempenho em Denver e ainda tem contrato para 2016. Ao fim dele, D-Ware terá 34 anos, idade em que jogadores da NFL já consideram fortemente a aposentadoria. Mas uma análise um pouco mais profunda muda completamente a situação.

Em Denver, por melhor que possa parecer a situação do salary cap (16 milhões de espaço para 2016), ela é um pouco mais complicada. Com esse espaço, o Broncos precisa renovar com jogadores mais do que importantes ao time, tal como o MVP do Super Bowl, Von Miller, além do DE Malik Jackson, os LBs Danny Trevathan e Brandon Marshall, o RB C.J. Anderson e o QB Brock Osweiller.

Brandon Marshall e CJ Anderson, por serem free agents restritos, deverão ganhar salários de, no máximo, 2 milhões de dólares cada. Mas os outros, principalmente Von Miller (que já disse que quer ser um dos jogadores de defesa mais bem pagos da liga), deverão ganhar no mínimo algo em torno de 15 milhões de dólares anuais. Jackson e Trevathan também devem querer um bom contrato por conta da temporada de ambos.

A primeira opção de Denver vem pela aposentadoria/corte de Peyton Manning. Só ao fazer isso, o time abriria 18 milhões de espaço em seu orçamento para salários. Mas com o mercado de quarterbacks inflacionado e com Brock Osweiller precisando renovar, esse espaço aberto pouco adiantará. Depois de Demaryus Thomas, o segundo com maior contrato em Denver no momento, a outra opção é justamente… DeMarcus Ware.

Ware tem mais um ano de contrato com Denver, mas ele é de certa forma ilusório. O impacto do último ano de contrato do jogador no salary cap de Denver é de pouco menos de 12 milhões de dólares. Caso o time resolva cortá-lo, eles assumiriam um dinheiro morto bem baixo pro valor do contrato (apenas 1,5 milhões) e abrem um espaço crucial para não só renovar com seus jogadores, mas como também assinar com os jogadores que virão do Draft.

Pela qualidade em campo, Ware não vale mais o contrato que vai ganhar. Sua última temporada, no qual perdeu cinco jogos por lesão, foi a terceira pior da carreira em número de sacks e a pior em tackles combinados. Somado a isso, Broncos conta com jogadores jovens e com bastante potencial, tal como Shane Ray, última escolha de primeira rodada do time, e Shaquil Barrett. Tendo jogadores mais jovens e mais baratos, a opção de manter Ware é um luxo que o Denver Broncos talvez não possa se dar.

Agora pelo lado de Dallas, a negociação parece encaixar muito bem no time. Com a iminente saída de Greg Hardy e podendo ficar sem Jeremy Mincey e Jack Crawford, a linha defensiva de Dallas precisaria de um outro jogador veterano para ajudar a evolução dos jovens DeMarcus Lawrence, Randy Gregory e Bruce Irving. E que jogador melhor para isso que DeMarcus Ware?

Mesmo que a situação salarial de Dallas não seja das melhores, ela ainda assim é melhor que a de Denver. E Ware, ídolo e um dos maiores jogadores que já jogaram pelo Time da América, possivelmente aceitaria um contrato um pouco mais baixo para voltar a jogar pelo Cowboys.

Ainda temos um mês inteiro antes do começo da free agency. Nele, muitos contratos serão renovados e rescindidos ao redor de toda a NFL. E diante de todos os cenários irreais, o de ver DeMarcus Ware jogando com uma estrela em seu capacete não é um deles.

Gabriel Plat

Curte NFL por escolha e o Dallas Cowboys por amor. Aprecia a boa música e compartilha outro sofrimento: o Botafogo. Um dos participantes do podcast.

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