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OPINIÃO | Como ficará a linha ofensiva sem Doug Free?

No começo de fevereiro, a linha ofensiva do Dallas Cowboys recebeu um prêmio da NFL que dizia o que todos já sabiam: ela era a melhor da NFL. O trio de ferro composto por Tyron Smith, Travis Frederick e Zack Martin certamente foi um grande responsável por esse mérito, mas não podemos esquecer dos outros dois jogadores: Ronald Leary e Doug Free.

Hoje, o Dallas Cowboys acaba de perder os dois jogadores.

A saída de Ronald Leary era até esperada e o time já tem um jogador para repor essa ausência, com La’el Collins. Mas e agora sem Doug Free? Quais as opções que o time tem para substitui-lo? Já respondendo, há uma série de possibilidades que o time pode fazer para repor a sua saída.

Essa foi a linha ofensiva titular do Dallas Cowboys em 2016 e em 2014 também. Optamos por não colocar o La’el Collins porque ele mal jogou, dando ao Leary o trabalho de jogar como left guard ao longo de praticamente toda a temporada. Vamos para as possibilidades de repor a saída de Doug Free:

 

1 – Chaz Green

Essa é a primeira e, sem dúvidas, uma das melhores opções que o Dallas Cowboys tem no momento. Na posição de LG, não há dúvidas que La’el Collins substituiria Ronald Leary, afinal ele começou 2016 como titular. Chaz Green foi selecionado na 3ª rodada do Draft de 2015 e é a melhor opção que o time tem dentro do elenco para substitui Doug Free. Green já jogou snaps como OT no lado esquerdo e no lado direito e é o mais preparado para repor a saída do veterano. Seu maior problema são as lesões: contando sua carreira universitária, foram sete cirurgias nos últimos cinco anos. Preocupante.

 

2 – La’el Collins

A opção de colocar La’el Collins no lugar de Doug Free pode parecer ousada, mas há um sentido por trás. Em LSU, La’el Collins jogou como OT por praticamente toda a sua carreira universitária e foi nessa posição que o jogador teve seu melhor desempenho. Deslocá-lo para o lado direito pode parecer uma boa opção, já que ele poderia facilmente se adaptar para a nova função.

O problema nessa situação fica justamente na posição que ele deixou: a de left guard. Se Ronald Leary ainda estivesse no time, ele resolveria os problemas e a linha poderia fechar dessa forma. Só que ele não está. Sem Leary, o melhor guard disponível para a posição é Joe Looney, um jogador que entrava em campo em 2016 para exercer uma função de 6º homem da linha ofensiva em jogadas óbvias de corrida. O problema é que Looney nunca mostrou em sua carreira qualidade suficiente para torná-lo um titular de confiança. Há a opção de trazer Jonathan Cooper de volta, um guard que já foi escolha de primeira rodada e que estava no banco de reservas, mas nada garante que ele resolverá a posição também.

Para piorar a situação, não há garantias de que La’el Collins resolveria a posição deixada por Doug Free. Quando contratado, Collins foi avaliado pela comissão técnica jogando como OT e como OG, e no fim a decisão foi unânime de que o jogador teria um desempenho muito melhor na NFL como guard do que como tackle. Se em 2015 a ideia era essa, o que faria os técnicos mudarem de ideia depois de duas temporadas completas com o jogador treinando, jogando e se adaptando na posição que eles optaram?

 

3 – Zack Martin

Se você já estava achando a segunda opção uma coisa de louco, dê uma olhada nessa. Entre as maiores mudanças, a principal é a de Zack Martin ocupando o lugar deixado por Doug Free. Um jogador com a qualidade de Zack Martin provavelmente jogaria em um nível alto em qualquer posição da linha ofensiva, sem dúvidas, e isso resolveria o problema deixado por Doug Free. Mas vale mesmo a pena isso?

Zack Martin é um dos melhores — se não for o melhor — RG da NFL. Figurinha certa no Pro Bowl e All-Pro em sua posição original, mover o jogador para essa nova posição pode desbalancear a ótima linha ofensiva que o time tem hoje e sem a garantia de que ele vá jogar da mesma forma como RT. Ainda há o segundo problema, que é o de sua posição original. Tudo que dissemos sobre a posição de LG no segundo parágrafo do tópico acima serve para o RG dessa opção.

 

4 – Buscar alguém de fora

Essa pode ser uma das melhores opções do Dallas Cowboys no momento. Sem nenhuma ideia de mudar jogadores de posição e ainda sem confiar em Chaz Green, a melhor opção seria buscar seu sucessor por outras vias, como a free agency ou o draft. E como vocês sabem, há pontos negativos nessas duas opções.

Buscar um jogador na free agency significa correr atrás de alguém que vai pedir mais do que ele necessariamente vale. Por mais que a aposentadoria de Doug Free tenha liberado um bom espaço na folha salaria (US$5 milhões), se comprometer financeiramente por um jogador de idade mais avançada não é o recomendado para o time no momento.

Já no draft, onde o time pode ir atrás de um jogador mais jovem e mais barato, o Dallas Cowboys tem outras prioridades. Enquanto gastar uma escolha alta em um jogador para a posição significa não reforçar outra posição mais carente, não há garantias de que o jogador poderia chegar e jogar tão bem quanto Chaz Green. Além disso, a classe de offensive tackles do Draft de 2017 é uma das piores dos último anos.

 

Mas então, o que fazer?

Em minha humilde opinião, acredito que uma mistura da primeira com a última opção seja a melhor do momento. O time poderia contratar um veterano barato na free agency em um contrato de um ano, ou seja, para resolver o problema dessa e somente dessa temporada. O veterano então disputaria posição com Chaz Green na pré-temporada, o que poderia resolver o problema da posição para esse ano. O substituto de Doug Free? Eu buscaria em 2018, quando o Dallas Cowboys terá bastante escolhas compensatórias por conta das perdas nessa free agency. Mas isso é assunto para outro texto…

Concorda comigo? Discorda? Deixe sua opinião nos comentários!

 

Gabriel Plat

Curte NFL por escolha e o Dallas Cowboys por amor. Aprecia a boa música e compartilha outro sofrimento: o Botafogo. Um dos participantes do podcast.

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