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OPINIÃO | A grande reviravolta na defesa de Marinelli

Em 2014, o Dallas Cowboys chegou aos playoffs com um ataque excelente, liderado por Tony Romo, DeMarco Murray e a melhor linha ofensiva da liga. A grande força do time era o jogo corrido, que abria espaços para os passes para Dez Bryant. Isso também ajudava a defesa, que contava com poucos recursos mas não precisava estar tanto tempo em campo. Em 2016, a história foi parecida, com o ataque sendo guiado por Dak Prescott e Ezekiel Elliott.

Em 2018, Dallas já não tem uma estrela no corpo de recebedores, nem seu tight end lendário. Além disso, pode ter problemas na linha ofensiva, com a lesão no joelho do guard Zack Martin e o recente diagnóstico de uma doença rara que afeta o condicionamento muscular do center Travis Frederick. Sem falar nas frequentes lesões de Tyron Smith.

A defesa precisa aparecer agora, não pode mais ser “carregada” pelo ataque. E tem mostrado que é mais do que capaz disso.

Jogando contra os titulares do Arizona Cardinals, a defesa titular do Cowboys não cedeu pontos nas 4 campanhas que esteve em campo. Mesmo sem Sean Lee, o jogador com mais pedigree da unidade, dominou o ataque, que totalizou apenas 37 jardas nesse período. Isso é fruto do trabalho do coordenador defensivo Rod Marinelli. Desde que assumiu o cargo em 2014, Marinelli teve recursos escassos para trabalhar, mas constantemente ajudou jogadores pouco badalados a se desenvolverem e subir no elenco, tornando-se importantes para o time.

O defensive end DeMarcus Lawrence, que teve 14,5 sacks na temporada passada (2º melhor na liga), continua a impressionar e deve atrair muita atenção das linhas ofensivas adversárias para si. Isso abre espaço para Randy Gregory mostrar seu talento.

Após somar quase duas temporadas inteiras em tempo suspenso pela liga, Gregory vem mostrando todo o talento que o fez ser escolhido na segunda rodada de 2015 e já registrou um sack nesta pré-temporada. Taco Charlton, uma escolha de primeira rodada do ano passado, é outro que pode produzir bem, tendo mostrado grande desenvolvimento neste ano, com um sack e um fumble forçado.

Com a volta de David Irving na semana 5, esta pode ser uma das linhas defensivas mais dominantes da liga.

No grupo de linebackers, há grande esperança na escolha de primeira rodada Leighton Vander Esch e em Jaylon Smith exercendo todo seu potencial. Além deles, Joe Thomas está jogando melhor do que se esperava quando foi contratado e pode contribuir muito na rotação.

Em uma das secundárias mais jovens da NFL, Byron Jones e Chidobe Awuzie vêm jogando muito bem na posição de cornerback. A posição que mais preocupa é a de safety, que já contava com pouca profundidade de elenco e sofreu algumas lesões na pré-temporada.

Nos últimos dois anos, vários titulares importantes da defesa saíram do time: Barry Church, Anthony Hitchens, Brandon Carr e Morris Claiborne são alguns exemplos disso. Mesmo assim, o Cowboys deu um jeito de se reestruturar.

Com o ótimo trabalho do coordenador defensivo Rod Marinelli e jovens talentos aparecendo, essa unidade tem sido excelente.

A defesa, depois de muitos anos sendo taxada como a maior deficiência do Dallas Cowboys, tem a oportunidade de ser o carro chefe do Time da América em 2018.

Guilherme Ludescher

Estudante de engenharia de computação e amante de futebol americano de todos os jeitos: no videogame, na TV e em campo.

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