Foram 13 first downs conquistados em toda a partida. Por 15 vezes o Dallas Cowboys enfrentou uma terceira descida no jogo, e em apenas uma delas o time conquistou o first down. Só 46% das tentativas de passe foram completadas, em um jogo que o quarterback teve mais interceptações que touchdowns lançados. Ainda teve um fumble do melhor recebedor do time no fim da partida, que sacramentou uma noite para ser esquecida.
E foi diante de tudo isso que o Time da América achou algo que pode ser fundamental para os jogos de playoffs: a defesa.
Durante toda a temporada, o ataque foi o alvo de todos os holofotes até agora. A sensação do momento Dak Prescott jogando muito bem, o fenômeno Ezekiel Elliott arrasando as defesas adversárias, a linha ofensiva ainda melhor, Jason Witten seguro como sempre. São muitos os recursos do ataque pra se elogiar ao longo dessa temporada, e com isso a defesa acabou sendo deixada um pouco de lado.
Dos 13 jogos do Dallas Cowboys até aqui, a defesa cedeu 20 pontos ou menos em 9 delas. Com uma média de 18,2 pontos cedidos por jogo, a defesa de Dallas tem a 5ª melhor marca da NFL. E isso deixa o jogo muito mais fácil para o ataque, que acaba não precisando fazer tanto para vencer seus jogos.
Com a perda de Barry Church, Morris Claiborne e Orlando Scandrick, era esperado que a defesa caísse de produção. Por mais que ela tenha sim diminuído um pouco o ritmo, vimos o calouro Anthony Brown entrar e jogar muito bem.
Mas tudo que a defesa fez ao longo da temporada não foi o suficiente… até agora.
O jogo contra o Minnesota Vikings e contra o New York Giants mostraram como a defesa do Dallas Cowboys pode se portar como “gente grande”.
Nessas duas partidas o ataque do Cowboys jogou mal — para não dizer péssimo. Sem conseguir impor sua estratégia, o ataque deixou a defesa em campo mais tempo que o normal e com o rojão nas mãos para salvar o time da derrota. Somando as duas partidas, a defesa de Dallas ficou 10 minutos do relógio em campo a mais que o ataque.
E foi essa a hora que a defesa precisou crescer.
Contra o Vikings, três sacks do pass rush que vinha jogando mal demais na temporada. Três fumbles forçados, sendo o único recuperado já no último período e que deu a campanha da pontuação que decidiu a partida. No fim, o momento que ela precisava aparecer para a vitória, a defesa esteve lá ao impedir a conversão de dois pontos.
A partida contra o Giants foi ainda melhor. Somente duas conversões de terceira descida em 14 tentadas foram cedidas pela defesa de Dallas. Eli Manning sofreu dois fumbles e uma interceptação, mas poderia ter tido outras três INTs tranquilamente. O pass rush funcionou de novo, com mais quatro sacks pra conta.
No momento mais importante da partida, quando a defesa precisaria parar o ataque adversário para dar uma chance para o ataque, ela fez com maestria.
No último quarto, o ataque do Giants teve quatro campanhas. A primeira terminou em interceptação do Anthony Brown. A segunda terminou em três jogadas e punt. A terceira foi novamente punt sem nenhum first down. A quarta e última a mesma coisa: punt sem nenhuma primeira descida.
Foram quatro chances para o ataque pontuar e vencer o jogo que a defesa conseguiu dar. Infelizmente o ataque não jogou bem e não pontuou, mas a defesa fez o trabalho dela.
Se a dúvida para os jogos de pós-temporada era o desempenho da defesa, ela já não existe mais. Por pior que o ataque esteja jogando nessas últimas partidas, todos sabemos o potencial que ele é capaz de jogar, mas não sabíamos da defesa — pelo menos não até agora.
Se a máxima “ataques ganham jogos, defesas ganham campeonatos” continua valendo, o torcedor do Dallas Cowboys tem um motivo para sorrir. Só imaginem como ela pode ficar no ano que vem se Jaylon Smith jogar como se esperava antes de sua lesão…