Opinião

O time que marcou a mudança de eras

Vamos voltar ao ano de 2000. O Dallas Cowboys estava confiante de que faltava uma arma necessária para Troy Aikman para poder voltar a disputar títulos como o time na primeira metade da década de 90. Para isso, foram atrás de um wide receiver chamado Joey Galloway, dando incríveis duas escolhas de primeira rodada por ele. Com Galloway decepcionando, o Cowboys passou duas temporadas no limbo, indo mal e não tendo uma escolha de primeira rodada para elevar o nível da equipe.

Essa troca, somada com a aposentadoria de Troy Aikman, levou o Time da América para anos terríveis, onde diversos quarterbacks sem uma condição técnica aceitável passaram pelo time e contribuiram para o seu fracasso. Em outras palavras, a troca acabou sendo o divisor de águas do time da década de 90 para a penúria vista no começo dos anos 2000.

Em 2002, Emmitt Smith teve o último grande momento de sua carreira contra essa equipe. Contra ela, em casa, Smith ultrapassou Walter Payton e se tornou o running back com mais jardas terrestres da história da NFL. Um recorde que perdura até hoje.

Passando para 2006, o Dallas Cowboys havia achado em Drew Bledsoe seu quarterback titular. Ao longo da temporada regular, suas atuações ruins fizeram seu reserva emergir e liderar o time para não só uma campanha positiva, como também uma vaga nos playoffs. O reserva da equipe, Tony Romo, jogou sua primeira partida de pós-temporada fora de casa e acabou sendo derrotado no último lance, graças a um hold errado na hora de chutar o field goal da vitória. O jogo, no entanto, marcou o fim de uma temporada em que o Cowboys havia finalmente achado seu QB do futuro: Romo lideraria o time até o ano de 2015.

Um pouco antes do fim da carreira de Romo, o Dallas Cowboys estava passando por uma incômoda sequência de temporadas com recorde de 8-8. O time não era bom o suficiente para chegar a pós-temporada e não era ruim o suficiente para ir muito mal e ter uma escolha boa no Draft. Em 2014, a temporada parecia tomar um rumo diferente quando o Cowboys havia conquistado quatro vitórias nas cinco primeiras partidas. Foi nesse momento do ano que o time viajou para enfrentar o atual campeão do Super Bowl em sua própria casa. Amplamente favorito, o time da casa não conseguiu segurar o volume do Cowboys, que saiu vitorioso por 30 a 23 e se consolidou como um dos grandes times daquele ano. Apesar da revanche na final de conferência ter ficado por uma recepção, a temporada ficou marcada como a redenção da equipe, que bateu na trave nos anos anteriores e dessa vez conquistava o primeiro título de divisão e a primeira vitória nos playoffs desde 2009.

Passando um pouco o tempo, o ano ruim de 2015 deu uma oportunidade de ouro para o Dallas Cowboys. Dono do quarto pior recorde da NFL graças a seguidas lesões no titular Tony Romo, o Dallas Cowboys se aproveitou de uma posição privilegiada para fazer um Draft incrível, selecionando jogadores como Ezekiel Elliott, Jaylon Smith, Maliek Collins, Dak Prescott e Anthony Brown. Eram jogadores que o time precisava para elevar seu nível atual.

Infelizmente, o sonho pareceu ter ruído no terceiro jogo da pré-temporada. Em um jogo fora de casa, Romo se machuca nas primeiras jogadas da partida e ficou fora de metade da temporada por conta disso. Entretanto, aquele jogo de pré-temporada mostrou ao mundo a primeira vez em que Ezekiel Elliott jogava de modo profissional e também uma então promessa: Dak Prescott. Daquele jogo em diante, Dak assumiu a posição de titular do Dallas Cowboys, algo que perdura até os dias de hoje. Mesmo que de forma involuntária, o jogo contra essa equipe marcou outro divisor de águas, uma troca de geração dentro da equipe.

Hoje, na temporada de 2018, enfrentaremos essa mesma equipe: o Seattle Seahawks. O mesmo Seahawks que nos deu o Galloway e prejudicou nosso futuro no começo dos anos 2000. O Seahawks que nos venceu nos playoffs de 2006, mas marcou o começo da geração Tony Romo. A mesma equipe que acabou lesionando Tony Romo e fez o time passar o bastão para Dak Prescott.

Sábado poderá ser uma nova mudança de eras para o Time da América. Poderemos ver a primeira vitória do time liderado por Dak Prescott em pós-temporada, marcando uma geração jovem e talentosa e que pode liderar a equipe durante grandes anos daqui em diante. Não poderia ter sido melhor que enfrentássemos o Seattle Seahawks nessas circunstâncias. Para o bem ou para o mal, lá estão eles como divisores de água para nós. Que dessa vez a mudança seja positiva.

Gabriel Plat

Curte NFL por escolha e o Dallas Cowboys por amor. Aprecia a boa música e compartilha outro sofrimento: o Botafogo. Um dos participantes do podcast.

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