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Falhas de comunicação ficam expostas na derrota contra o Vikings

Dez defensores estavam em campo, mas nenhum tempo foi pedido antes da jogada com maior ganho de jardas da partida. Em um chute retornável foi realizada a fair catch porque nenhum treinador aparentemente disse ao jogador que ele tinha possibilidade de retorná-la caso fosse possível. O treinador principal não tinha conhecimento deste fato ao discutir a situação publicamente na manhã seguinte.

E esse último acontecimento é algo do tipo que pode criar atrito em um vestiário.

O que o Cowboys tem aqui é visivelmente uma sequência de falhas na comunicação.

Dallas perdeu três jogos nesta temporada antes da derrota de domingo para o Minnesota Vikings, mas esta foi diferente das outras. Uma falta não assinalada pelos árbitros ou uma penalidade em um cornerback em um double-move não foram os assuntos mais comentados no pós-jogo. Pelo contrário, a falta de comunicação básica está no topo de todos eles.

Se o Cowboys tivesse vencido no domingo, é claro, isso não seria amplamente discutido. Essa é a natureza de como o placar influencia a conversa ao redor.

Algum nível de falta de comunicação surge durante todos os jogos, mesmo em vitórias como contra o Philadelphia Eagles no mês passado.

“Do lado de fora, todo mundo está procurando alguém para culpar, alguém para apontar o dedo”, disse o center Travis Frederick na quarta-feira. “Você verá um pouco mais disso fora do vestiário. No entanto, quando você tira a emoção dessas análises, o ganhar ou perder, esses são os assuntos sobre os quais falamos constantemente nas segundas ou nas quartas-feiras, sempre que entramos para corrigir nossos problemas. Onde ocorreram as falhas de comunicação?”

“E, às vezes, as falhas estão nos pontos em que você não vê imediatamente. Pode ser numa terceira descida para 10 jardas, onde fazemos uma jogada, mas não comunicamos a proteção na secundária. E nem o quarterback conseguiu perceber isso. É que esse jogador teria ficado livre e o ganho seria maior se (o quarterback) tivesse segurado a (bola) por mais tempo. Muita coisa acontece durante as jogadas. Objetivamente, sempre há muito acontecendo com a comunicação.”

Alguns incidentes têm uma discussão mais aprofundada.

O primeiro ocorreu no segundo drive do Vikings ainda no primeiro quarto da partida. Inícios lentos e ruins atormentaram Dallas (5-4) em grande parte do ano. Isso seguiu no domingo.

O Vikings estava com um ataque no modo no-huddle pela primeira vez na noite. O defensive tackle Christian Covington foi designado para entrar. Mas quando ele entrou em campo, ele não percebeu que o defensive lineman Michael Bennett, o jogador que ele estava substituindo, saiu em rápida disparada. Bennett contornou os jogadores de ataque adversários para chegar à linha lateral, fora do ângulo de visão de Covington.

“Falta de comunicação”, disse Covington na quarta-feira.

Covington voltou à linha lateral, procurando evitar a marcação de uma falta por excesso de jogadores.

No final das contas, o Cowboys estava com menos de 11 jogadores em campo.

Não há falta para este tipo de infração, apenas se houvesse mais jogadores do que o limite. Normalmente, a consequência para esse erro grosseiro é o tipo de coisa que se seguiu. O running back Dalvin Cook recebeu um screen pass e correu 30 jardas, sendo que somente se evitou um ganho ainda maior pelo esforço excepcional de perseguição do defensive end DeMarcus Lawrence, que o derrubou.

Foi marcada uma falta do defensive end Robert Quinn para perda de outras 14 jardas por roughing the passer nesta mesma jogada, de modo que o ganho total foi de 44 jardas. O drive terminaria em um touchdown, construindo um placar naquele momento de 14-0.

“Sim, não fizemos um trabalho bom o suficiente para acertar nossa comunicação e ter 11 jogadores naquele momento”, disse o técnico Jason Garrett. “Obviamente, você quer ter 11. Nós não lidamos com essa situação bem o suficiente.”

Garrett disse que a sideline do Cowboys não estava ciente da situação com rapidez suficiente para pedir um tempo antes do snap. Os linebackers Jaylon Smith e Leigton Vander Esch estavam entre os jogadores em campo que notaram a situação no momento.

Vander Esch, que não estava disponível na quarta-feira para comentar o assunto nas entrevistas, é visto no momento sinalizando para a linha lateral do Cowboys. Parece provável que ele também tenha gritado um alerta.

Seja Smith, Vander Esch ou outra pessoa, ninguém chamou um tempo.

Smith disse na quarta-feira que tem o poder de pedir um tempo, mas não se arrepende de não ter chamado naquele instante, citando “os vai e vem das partidas”.

“Para mim, não quero pedir um tempo que talvez possamos precisar no final da metade ou do jogo “, disse Smith. “Então, sinto que, se precisarmos, nossos treinadores tomarão essa decisão. Eu, como capitão, esse é o meu processo de pensamento. Não quero fazer algo que possa nos atrapalhar. (…) É uma questão de comunicação entre treinador e jogador. Você entende? Com a química que temos, na maioria das vezes, eles tomam essas decisões. Para nós, é uma questão de alinhar o pensamento e jogar a partida.”

No quarto quarto de domingo, o wide receiver Tavon Austin sinalizou uma fair catch em um punt com 17 segundos restantes. Ele tinha espaço para correr, uma vez que o Vikings posicionou os dois gunners dentro do box para obter o máximo de proteção ao punt.

Acredita-se que Garrett tenha dito ao coordenador de special teams Keith O´Quinn que Austin só poderia retornar o punt se a situação permitisse, mas precisava ser algo muito certo, com extremo cuidado para não desperdiçar muito tempo. Essencialmente, Austin recebeu como instrução um alerta, uma luz amarela. Mas essa mensagem foi comunicada apenas a uma parte dos membros do special teams. Não chegou a Austin, que acreditava que a luz estava completamente vermelha.

Garrett não tinha conhecimento dessa confusão quando perguntado sobre a fair catch da noite anterior em uma entrevista de rádio na manhã de segunda-feira. Garrett indicou para 105.3 The Fan (KRLD-FM) que Austin poderia ter retornado.

Falta de comunicação.

Logo em seguida, circulou a notícia de que Austin acreditava que tinha recebido a instrução de fazer uma fair catch. Garrett aprendeu com isso e se reuniu individualmente com seus treinadores de special teams e Austin na segunda-feira para esclarecer a confusão. Na quarta-feira, Austin disse que a conversa com Garrett correu bem, mas se recusou a revisar o assunto com mais detalhes.

“Que dia é hoje? Quarta-feira? ”Austin disse aos repórteres. “Ah, então chega de falar sobre isso.”


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Fonte
Dallas Morning News

Diego Barros

Torcedor do Dallas escondido no velho oeste do Rio Grande do Sul. Veterano na torcida desde a década de 90, louco para recuperar o Lombardi.

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