Dessa vez, Aaron Rodgers não estará mancando.
O quarterback sensação de Green Bay ganhou dos Cowboys na rodada divisional dos playoffs, dois anos atrás, com somente uma perna saudável. Rodgers, jogando com um problema na panturrilha esquerda, estava tão móvel quanto Cheez Whiz.
Mas, ainda assim, os Cowboys não conseguiram pressioná-lo constantemente — os dois sacks em cima dele aconteceram no segundo quarto — permitindo Rodgers desmembrar a secundária no segundo tempo, na vitória por 26-21 no Lambeau Field.
Muitas pessoas apontam para a jogada de Dez Bryant, que foi chamada contra os Cowboys, como a razão para Dallas ter perdido. Mas é muito mais do que outra não recepção: é não ter sido capaz de derrubar Rodgers.
“Eu não consigo lembrar de algo tão longínquo,” falou o cornerback dos Cowboys Brandon Carr nessa terça-feira, quando perguntado sobre a derrota de 2014. “Desculpa. Isso foi há muito tempo.”
Querer esquecer é compreensível.
Mas essa é a realidade que os Cowboys agora irão enfrentar: Ninguém está parando Rodgers ultimamente.
Rodgers liderou os Packers a sete vitórias consecutivas, lançando 19 touchdowns e nenhuma interceptação durante o caminho, fazendo Green Bay renascer das cinzas.
Na semana 6, os Cowboys obteve o melhor dos Packers, ganhando por 30-16, em um dia que Rodgers não parecia ele mesmo. Embora os Cowboys tenham sacado Rodgers somente uma vez — e isso aconteceu nos três minutos finais — ele parecia estar sem mira aquele dia, como muitos dos seus lançamentos saindo muito alto ou muito aberto.
Esse não é o Rodgers que colocou medo na liga, aquele que tem dois prêmios MVPs da NFL e ganhou o Super Bowl seis anos atrás, nesse mesmo estádio em que jogará domingo.
O Rodgers que irá comandar os Packers no AT&T Stadium rapidamente retornou a forma. Nos últimos oito jogos, ele conseguiu 22 touchdowns e não foi interceptado nenhuma vez. A última vez que ele sofre uma interceptação foi no dia 13 de novembro, contra Tennessee.
O desafio que a defesa dos Cowboys irá enfrentar é que Rodgers está mais ágil do que nunca.
“O cara parece um animal dentro de campo,” falou o defensive lineman dos Cowboys, Tyrone Crawford. “Mas sinto que se conseguirmos deixá-lo dentro do pocket, nós seremos capaz de derrubá-lo. Nossa cobertura sustentará o suficiente para chegarmos nele e derrubá-lo.”
Rodgers faz com que o giro de Tony Romo pareça simples. Esqueça os dois passos do Texas, Rodgers tem dominado o passo para o lado de Wisconsin.
Rodgers desliza para frente e para trás dentro do pocket, como se estivesse em um Segway, ganhando um tempo para os recebedores se movimentarem.
“Esse cara faz jogadas malucas, não importa o que aconteça,” disse Crawford. “Eu não sei como ele faz algumas das coisas que ele faz ao lançar a bola. Nós apenas temos que manter nossas rotas e garantir que não perderemos ( a contenção) para ter certeza que ele não sairá de dentro do pocket.”
A habilidade de Rodgers se mexer dentro do pocket força os cornerbacks a continuar na marcação por mais tempo.
“Você tem que estar preparado para cobrir por um período de tempo estendido, força mental, mentalizar todas essas coisas que você terá que fazer durante o jogo,” falou Carr. “Quando seu corpo não quer mais ficar voltando ao jogo, somente faça seu trabalho, execute e tente sair de campo o mais rápido que conseguir.”
O que tem a favor dos Cowboys, dessa vez, é um saudável Sean Lee para enfrentar Rodgers. O linebacker All-Pro estava fora por lesão quando os Cowboys enfrentou Rodgers dois anos atrás, nos playoffs.
Lee, o líder do time em tackles, deve ajudar a impulsionar a defesa dos Cowboys, já que ele tem estado saudável o ano inteiro.
“Estou feliz que temos ele dentro de campo conosco nesse momento,” falou Crawford sobre Lee. “Capitão da defesa. Sr. Incrível. Todos esses apelidos que ele tem, definitivamente, ele merece todos eles e estamos animados dele estar em campo nesse jogo.”
O defensive lineman David Irving fez o único sack em cima de Rodgers durante a vitória no Lambeau em meados de outubro. Irving, que tem sido uma força no último mês da temporada e lidera os Cowboys com 26 pressões no quarterback, disse que Dallas “não pode permitir” que Rodgers dance em volta do pocket.
“Não há defesa contra isso,” disse Irving. “Ninguém consegue marcar alguém por tanto tempo. Nós não temos que somente correr e fazer pressão, mas também temos que fazer isso de maneira inteligente e mantê-lo contido.”
Mas mesmo quando os times conseguiram pressionar Rodgers no último mês, ele ainda assim os vence. Em três dos últimos quatro jogos, os oponentes sacaram Rodgers pelo menos quatro vezes. Nesses jogos, ele teve, em média, 24 passes completados, 320,3 jardas e 2,7 touchdowns. Eles ganharam cada jogo por uma diferença, em média, de 13,7 pontos.
Os Giants sacaram Rodgers cinco vezes na semana passada no jogo de wild-card no Lambeau e perderam por 25 pontos.
“Esse é o Aaron Rodgers que conhecemos,” falou Carr. “Ele é um cara que consegue fazer jogadas. Quando ele está jogando nesse nível, é um pouco difícil de para esse cara.”