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Dissecando o contrato de Dak Prescott

A partir de 2022, os Cowboys podem abrir mais espaço no salary cap se optarem por reestruturar o contrato de Prescott

Logo depois do anúncio, cá estamos dissecando o contrato de Dak Prescott.

Todd France estava no seu estilo habitual durante a coletiva de imprensa da quarta-feira.

Observando silenciosamente os jornalistas.

O agente da NFL, que representa o quarterback dos Cowboys Dak Prescott não pertence à lista de chamadas urgentes de nenhum repórter. Ao contrário, France é conhecido nos círculos da mídia por raramente retornar mensagens ou ligações. Então, ele parecia satisfeito durante uma entrevista coletiva de 79 minutos, sentado em um canto da seção de amigos e familiares de Prescott, ouvindo outras pessoas responderem às perguntas dos repórteres.

“Tive que ficar bem quieto por dois anos”, disse France.

Até que o negócio fosse fechado.

France falou publicamente após o evento, lançando algumas luzes sobre o contrato mais caro da história dos Cowboys. Seus comentários forneceram alguns esclarecimentos sobre a estrutura do acordo de quatro anos e US$160 milhões, revelando como a franquia se posicionou para ajustar no futuro uma possível redução de impacto extra no teto salarial.

Prescott assinou oficialmente o contrato na quarta-feira.

Semanas atrás, France estabeleceu o tom das negociações nessa offseason quando estendeu sua mão aos Cowboys. No ano passado, as conversas não foram produtivas, e France e a franquia não conseguiram chegar a um acordo sobre a duração do contrato.

“Gostei muito de trabalhar com o France nas últimas três ou quatro semanas”, disse o vice-presidente executivo dos Cowboys, Stephen Jones. “Temos um grande ímpeto. Ele chegou na minha frente, pegando o telefone e me ligando. Íamos colocar tudo que ficou para trás no passado e colocamos – quem iria ligar para quem, esse tipo de coisa.”

“Foi uma ótima relação de trabalho. E eu vou dizer o seguinte: sempre que chegava a um ponto de negociação que iria melhorar nossa situação, dizíamos: ‘OK, você entendeu.’ E o que era realmente importante sobre este negócio era a estrutura.”

A duração do contrato de Prescott é superior aos quatro anos.

Os Cowboys pressionaram para que um quinto e sexto ano anuláveis ​​fossem adicionados a ele.

Isso foi feito por duas razões ligadas ao limite salarial. A primeira é bastante normal. Salvo uma rescisão antecipada de contrato, um bônus de assinatura se espalha uniformemente ao longo da duração do acordo do ponto de vista da contabilidade do teto salarial. Prescott recebeu um bônus de assinatura de US$66 milhões. Em um acordo de quatro anos, o bônus sozinho – sem contabilizar o salário de Prescott – contaria US$16,5 milhões anualmente. Com o quinto ano anulável, fica em US$ 13,2 milhões.

Mas um bônus de assinatura pode ser aplicado no máximo em até cinco anos.

Então, por que os Cowboys adicionaram um sexto ano anulável que não ajuda seu limite hoje?

“Bem, o time tem o direito de, por vontade própria, converter o contrato a qualquer momento”, disse France, referindo-se a um procedimento em que uma franquia da NFL converte parte do salário de um jogador em bônus, diminuindo o quanto de dinheiro conta no limite do ano atual. “Se eles fizerem isso no próximo ano, eles terão aquele ano extra anulável para encerrar o rateio.”

“Então, agora, eles não podem usar aquele ano extra para nada. Mas para o ano seguinte e nos demais, eles têm esses dois anos anuláveis.”

A partir de 2022, os Cowboys podem abrir mais espaço no salary cap se optarem por reestruturar o contrato de Prescott.

France pressionou para que uma cláusula vedando a franchise tag fosse incluída. Se o contrato expirar após a temporada de 2024 sem prorrogação, ele se tornará um agente livre irrestrito, inelegível para a franchise tag como na temporada passada, quando jogou em um contrato de US$31,4 milhões por um ano.

“Passamos por uma situação difícil aqui”, disse France. “Quando você olha para todos os diferentes componentes de um contrato, esse é um dos componentes que consideramos importante e gostaríamos de não ter que passar por esse tipo de situação novamente.”

France deu crédito a Prescott por sua paciência durante o processo.

Muitos rumores surgiam sobre as negociações. A mídia especulou incessantemente sobre o assunto. Prescott disse que se concentrou em controlar o que podia controlar. Finalmente, por cerca de uma semana, ele acreditou que o negócio era iminente. Em seguida, culminou em um acordo na segunda-feira.

“Essa é provavelmente uma parte subestimada neste negócio”, disse France. “Tem o aspecto da negociação com a equipe, que já é um desafio. Mas, além disso, gerenciar e conversar com o jogador, família e amigos. E então, é claro, vocês (repórteres) são implacáveis. E, claro, não sou a melhor pessoa em responder.”

“Minha teoria é que prefiro ficar em segundo plano e tentar não transformar isso num circo midiático maior do que já era sem eu falar. (…) No fim das contas, não estou tentando vencer uma batalha na mídia. Estou tentando negociar um contrato o melhor que posso para o jogador e dar a ele o que ele merece”.

Quatro anos, US$160 milhões. Uma cláusula de proibição de troca. Nenhuma franchise tag permitida. Mais flexibilidade de cap para o time, deixando a franquia com possibilidade de cercá-lo de ainda melhor talento.

Está feito.


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Fonte
Dallas Morning News

Diego Barros

Torcedor do Dallas escondido no velho oeste do Rio Grande do Sul. Veterano na torcida desde a década de 90, louco para recuperar o Lombardi.

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