Opinião

Dallas Cowboys na Free Agency: 9 jogadores para ficar de olho!

As 16h (horário de Nova York) do dia 13 de março de 2019 inicia um dos períodos mais interessantes da NFL, a free agency. A partir daquele momento, jogadores que estão sem contrato podem assinar com qualquer franquia. Alguns dias antes, desde 11 de março, estes atletas já podem ser contatados para futuros negócios. Não faremos aqui um texto sobre as diferenças entre free agents irrestritos, restritos, franchise tags nem nada. O assunto é geral.

Se por um lado temos no draft a grande formação de elencos visando o seu futuro não só imediato, mas, também, a médio e longo prazos, com valores muito mais razoáveis num primeiro momento, temos na free agency a possibilidade de reforço e até, poucas vezes é verdade, reformulação dos elencos a curto e, no máximo, médio prazos, mas com preços salgados e que muitas vezes não espelham a realidade do que os atletas realmente valem.

Não adianta, ao passo que não há disputa direta de jogadores no draft, já que eles são escolhidos numa ordem pré-estabelecida, na free agency imperam as estratégias e as práticas mais comerciais possíveis, numa verdadeira batalha das franquias para oferecer aos jogadores visados os maiores salários e/ou as melhores condições, numa competição que tradicionalmente faz elevar em muito as cifras contratuais.

O Dallas Cowboys, numa tradição dos últimos muitos anos, não tem investido pesado na free agency, acreditando que a formação do elenco se faz no draft, servindo o período que se avizinha somente para preencher lacunas e em ótima relação custo-benefício. Ou seja, os Cowboys não gastam nesta época, acham que a maioria dos jogadores negociáveis são caros demais e somente se aproximam dos right price guys que normalmente sobram no mercado. Uma política um tanto frustrante em comparação a outras equipes. E um adendo: os Cowboys também não ganham o Super Bowl desde fevereiro de 1996.

Mas há pelo menos três ingredientes para esta temporada que nos fazem acreditar numa mudança de postura.

O primeiro deles diz respeito com o cap space da equipe, onde existe um vão disponível como há muito tempo não se via. Hoje, os Cowboys possuem cerca de U$48 milhões livres, podendo até aumentar esse valor com a reestruturação de contratos como os de Amari Cooper e Sean Lee, que poderão espalhar o impacto financeiro imediato nos seus anos de vigência. Há possibilidade de dispensas também.

O segundo aspecto fala da ausência de escolha de primeira rodada no draft. O Dallas Cowboys trocou esta pick com os Raiders, sendo que é muito difícil encontrar jogadores prontos nas escolhas que possuem, ou seja, a partir do final da segunda rodada. Evidentemente que é possível conseguir titulares imediatos no draft entre as escolhas que sobraram, mas possivelmente não no nível que os Cowboys precisam para fazer a diferença nas suas mais carentes necessidades.

E o terceiro aspecto diz respeito com o estágio da equipe. Eu fielmente acredito que este grupo de Dallas está muito próximo de chegar no Super Bowl. Aliás, eu tenho certeza disso. Estamos a poucas peças dessa realidade e valeria a pena investir para um resultado imediato. Assim, os espaços a serem preenchidos pela franquia para alavancar o elenco à vaga no Super Bowl são para jogadores titulares e que façam a diferença efetiva e instantânea na equipe, playmakers especialmente, difíceis de se encontrar no draft com as escolhas que os Cowboys atualmente possuem.

Dentro deste contexto, me propus a analisar alguns jogadores que são prospectos interessantes e que provavelmente chegarão na free agency e testarão o mercado a partir das 16h do dia 13 de março.

O assunto é muito controverso. A análise levará em considerações as três posições onde julguei estarem as maiores carências da equipe: safety, tight end e defensive tackle. São as únicas carências da equipe? Não! Somente podem ser obtidos os pretendidos reforços na free agency? Também não! Mas, ainda assim, vamos fazer uma pequena viagem em alguns nomes que certamente impactariam positivamente no nosso elenco. Alguém deles vale o investimento?

 


Safety

 

Earl Thomas

 

  • Última equipe: Seattle Seahawks
  • Idade: 29 anos
  • Números em 2018: 22 tackles, 3 interceptações, 5 passes desviados
  • Salário em 2018: US $ 10,4 milhões

Thomas e sua viabilidade junto ao Dallas Cowboys foi amplamente debatida aqui. Não há duvida que o texano e torcedor dos Cowboys teria uma vaga certa no time titular. Por outro lado, pesam contra ele as lesões que resultaram na ausência em 19 partidas nos últimos três anos, o que poderá gerar certa cautela no investimento a até impacto no seu preço. Por outro lado, a notícia positiva é que ele deve se recuperar totalmente nesta offseason. Saudável, Thomas é indiscutivelmente um dos melhores safety da liga, senão o melhor.

O seu impacto financeiro para 2019, segundo os analistas prospectam, seria em torno de US$10 milhões.

 


 

Landon Collins

  • Última equipe: New York Giants
  • Idade: 25 anos
  • Números em 2018: 96 tackles, 4 passes desviados, 1 fumble forçado
  • Salário em 2018: US$ 1,947 milhão

Considerado um dos principais safetys da NFL, parecia improvável que os Giants estivessem dispostos a permitir que Collins testasse o mercado aberto. Porém, uma troca de farpas nas redes sociais entre o jogador e supostamente o staff, demonstrando bastante insatisfação e chegando ao ponto de retirar seus pertences do vestiário, podem trazer um novo panorama.

Se ele chegar no mercado, certamente a equipe que o quiser terá de gastar bastante. Devido à sua idade, ele seria uma opção inclusive para longo prazo para inúmeras equipes, possivelmente melhor para Dallas do que investir em Earl Thomas, que fará 30 anos na offseason. Não será fácil competir economicamente por ele.

Não há qualquer sombra de dúvidas que ele rapidamente transformaria a secundária dos Cowboys, permitindo ao veterano Jeff Heath desempenhar mais um papel de vanguarda, dando a Xavier Woods mais tempo para se desenvolver como o sucessor natural de Heath. Depois de ter jogado contra Collins duas vezes por temporada nos últimos quatro anos, Dallas sabe exatamente o que estaria conseguindo com ele.

 


 

Lamarcus Joyner

  • Última equipe: Los Angeles Rams
  • Idade: 28 anos
  • Números em 2018: 78 tackles, 1 sack, 3 passes desviados, 1 interceptação
  • Salário em 2018: US$ 11,287 milhões

Outro jogador que certamente precisará de um investimento muito alto para contratá-lo, vide seus números atuais. Joyner jogou 2018 sob a franchise tag dos Rams e não se duvida que venha outra. Ele tem uma carreira muito consistente e, se alcançar o mercado, estará entre os principais atletas a serem considerados. Aliás, podemos dizer que este jogador está num grande momento e, quiçá, está ou entrará no seu auge, misturando a parte física que ainda é excelente com o equilíbrio mental que a experiência na NFL e agora no Super Bowl deram ao jogador.

O produto da Florida State cairia como uma luva no esquema de Dallas, tanto quanto os demais acima citados. Tanto ele como Collins provavelmente terão mais tempo de contrato, já que ainda não chegaram na faixa dos 30 anos.

Outros atletas: Tyrann Mathieu, Adrian Amos e Ha Ha Clinton-Dix

 


 

Tight End

 

Jesse James

  • Última equipe: Pittsburgh Steelers
  • Idade: 24 anos
  • Números em 2018: 30 recepções, 423 jardas recebidas, 2 touchdowns
  • Salário em 2018: US$ 1,959 milhão

Embora não seja um jogador tão comentado, James pode ser o melhor candidato disponível na free agency. O jogador de 24 anos já tem quatro temporadas de experiência na NFL e tem sido muito consistente em um forte ataque dos Steelers. James conseguiria suprir uma grande carência para a equipe de Dallas, uma vez que com sua envergadura seria um grande alvo na end zone (2,01 metros de altura) para o quarterback Dak Prescott, além de também se destacar como bloqueador. Ele poderia se tornar titular imediatamente e, quem sabe, o verdadeiro sucessor de Jason Witten em Dallas.

Além disso, possivelmente não seria necessário um gasto tão expressivo para contratar o produto de South Allengheny.

 


 

Tyler Eifert

  • Última equipe: Cincinnati Bengals
  • Idade: 28 anos
  • Números em 2018: 15 recepções, 179 jardas recebidas, 1 touchdown
  • Salário em 2018: US$ 4,75 milhões

Ninguém tem qualquer dúvida sobre o potencial técnico de Eifert. Sempre foi uma arma que impõe graves danos nas defesas adversárias, sendo um exímio jogador na end zone. Porém, o seu problema é eminentemente físico.

Eifert vem de anos e anos de lesões. Fazendo uma consulta rápida, observamos que ele nunca conseguiu jogar 16 partidas numa temporada. Quando ingressou na liga (2013), Eifert jogou 15 partidas. Em 2014, apenas uma. No ano seguinte, treze. Em 2016, oito. Veio 2017 e sua pior situação, com apenas dois jogos. Finalmente, no ano passado foram quatro partidas. Eifert lesionou seu tornozelo no Pro Bowl de 2015 e sua estreia em 2016 foi adiada devido a uma lesão nas costas. Suas temporadas 2016 e 2017 encerraram precocemente com cirurgias nas costas, assim como em 2018, desta vez em razão de uma fratura no tornozelo. É muita coisa!

Dá para arriscar? Quem sabe para um contrato curto, de um ano ou no máximo dois, com boas perspectivas para o clube no caso de corte. É difícil que alguma franquia invista de outra forma nele.

 


 

Jared Cook

  • Última equipe: Oakland Raiders
  • Idade: 31 anos
  • Números em 2018: 68 recepções, 896 jardas recebidas, 6 touchdowns
  • Salário em 2018: US$ 5,675 milhões

Alguém consegue esquecer este nome? Infelizmente, não, já que o sonho do Super Bowl para Dallas na temporada de 2016 acabou após uma magistral recepção para 36 jardas de Jared Cook, possibilitando o field goal da vitória em seguida.

O veterano tight end vai para sua 11ª temporada, sendo que em 2018 alcançou seus melhores números na NFL. Aliás, Cook impressionou tanto que seu nome certamente será um dos mais lembrados nessa free agency, especialmente para quem não quer (ou não pode, ou não tem tempo) desenvolver um tigh end para ser titular neste ano. Lembrem-se que os ótimos números de Cook foram obtidos junto a uma equipe que pouco fez na temporada, com novo treinador e cheia de dispensas e trocas.

Sua adição seria interessante para a última parte do campo, já que é uma bela arma na end zone, mas também para possibilitar o crescimento dos demais tight ends do grupo, que poderiam revezar o número de snaps e não estariam tão pressionados, diante da segurança que o produto de South Carolina oferece para o roster.

Por outro lado, pela sua idade, tempo ainda disponível e desgaste físico natural, talvez seja um pouco caro pelo que ainda pode dar. Tudo depende se ainda poderá oferecer a mesma intensidade que em 2018.

Outros Atletas: Austin Seferian-Jenkins

 


 

Defensive Tackle

 

Ndamukong Suh

  • Última equipe : Los Angeles Rams
  • Idade: 32 anos
  • Números em 2018: 59 tackles, 4,5 sacks
  • Salário em 2018: US$ 14,5 milhões

Suh ainda é um dos melhores defensive tackles da NFL. Ele jogou ao lado de Aaron Donald em Los Angeles e obteve ótimos números tanto contra o jogo corrido quanto na pressão no quarterback no interior da linha. Suh provavelmente vai querer um valor bastante considerável para assinar com qualquer franquia, já que há tempo se tornou um dos jogadores mais bem pagos da liga.

Ele tem a fama de ser um jogador um tanto sujo, fato comentado pelos seus adversários e que já lhe custou punição. Mas, ao mesmo tempo, oferece tudo que o Dallas Cowboys precisa no interior de sua linha ofensiva: força, intensidade e pressão.

Ainda assim, pelos valores que exigirá para seu contrato, mesmo que curto, é improvável que os Cowboys invistam no veterano defensive tackle. Certamente, a família Jones vai entender como overpaid o que pretende.

Da minha parte, só tenho elogios e um sonho de vê-lo com a 93 dos Cowboys.

 


 

Grady Jarrett

  • Última equipe: Atlanta Falcons
  • Idade: 25 anos
  • Números em 2018: 52 tackles, 6 sacks, 3 fumbles forçados
  • Salário em 2018: US$ 1,968 milhão

Os Cowboys provavelmente deixarão o defensive tackle David Irving seguir sua vida em outro local. Já houve investimento de consecutivos anos e ele segue a sua sina de problemas extracampo.

 Caso isso aconteça, Jarrett é um substituto mais do que capaz de preencher a vaga. Jarrett é um defensive tackle que poderia fazer da linha defensiva dos Cowboys uma das melhores da NFL. Seus números, para um jogador de interior de linha, são excelentes. Se em 2015 acreditavam que Jarrett era um pouco undersized para a função, o fato é que ele provou no campo que tem percentuais de combate ao jogo corrido e de pressão no quarterback que pouquíssimos outros jogadores possuem. Jarrett não tem o tamanho ideal para sua posição, mas ele compensa com aceleração, força e esforço excepcionais. Contra a corrida, ele tem a velocidade para preencher lacunas e consegue bloqueios individuais eficazes. Como rusher, ele tem uma série de movimentos rápidos de mão e é incontível na sua energia.

Todavia, seja pela posição, seja pelo seu desempenho, seja pela sua idade, ele é um dos top da lista de free agents para 2019, sendo que os Falcons farão o possível para mantê-lo no elenco. Além disso, deverá liderar a free agency no que diz respeito a valores e tempo de contrato para a sua posição.

Se Dallas o quiser (rezaremos por isso), demandará investimento significativo, próximos aos de Demarcus Lawrence.

 


 

Sheldon Richardson

  • Última equipe: Minnesota Vikings
  • Idade: 28 anos
  • Números em 2018: 49 tackles, 4,5 sacks
  • Salário em 2018: US$ 8 milhões

O que dizer de Richardson? Escolhido na primeira rodada, ele faturou o prêmio de Calouro Defensivo do Ano em 2013 e foi selecionado para o Pro Bowl em sua segunda temporada na liga. Richardson era considerado um dos jogadores de linha defensiva mais talentosos e versáteis da liga, momento em que foi trocado pelos Jets para os Seahawks no início da temporada de 2017. Eu fiquei surpreso (e com inveja). Mais tarde, depois de um ano abaixo da expectativa, Richardson seguiu sua vida no Minnesota Vikings, sendo que também não conseguiu atingir os números que tinha em Nova York, mas já foi um pouco melhor que em Seattle.

Investir num jogador de 28 anos que irá (se for o caso) para a quarta franquia em quatro temporadas?

Humm, é de abrir o olho.

Mas, o defensive tackle criado na Universidade de Missouri é um jogador que se mantém saudável, tem bons números e, certamente, poderá oferecer bastante para os Cowboys para a tão necessária melhoria no interior da linha defensiva.

Provavelmente o investimento necessário para sua contratação seja semelhante aos US$8 milhões de 2019, talvez um pouco mais, valor que não é dos mais caros para a posição e em relação a um atleta que dificilmente não está em campo.

Porém, questiono para vocês: somente eu acho que ele perdeu aquela energia e força do início da carreira?

E, é bom lembrar, ele já foi suspenso por uso de maconha em 2015 (4 jogos).

Outros atletas: Trey Flowers, Margus Hunt, Henry Anderson

Diego Barros

Torcedor do Dallas escondido no velho oeste do Rio Grande do Sul. Veterano na torcida desde a década de 90, louco para recuperar o Lombardi.

Artigos relacionados

Verifique também
Fechar
Botão Voltar ao topo