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Dak Prescott volta no tempo em vitória dos Cowboys

A cada vez que Dak Prescott corria, no domingo, Rodney Guin ficava pensando nos tempos de Haughton, Louisiana.

Guin era o treinador de Dak na Haughton High School. Normalmente, um quarterback foca em lançar bolas. Mas, pelo fato de “ser maior do que os jogadores de linha ofensiva”, Guin disse que, nos tempos de escola, Prescott corria com a bola cerca de 20, 25 vezes por jogo.

No último domingo (14), na vitória maiúscula do Dallas Cowboys sobre os Jaguars por 40 a 7, Dak Prescott não correu tantas vezes como no high school. No entanto, o jogador teve corridas importantíssimas e desempenhou um papel crucial em uma vitória que era muito necessária aos Cowboys – papel esse que, talvez, pode mudar a mentalidade do time por várias semanas.

Prescott terminou a partida com 11 corridas para 82 jardas, e foi a de 17 jardas para touchdown, no primeiro quarto, que iniciou a avalanche do ataque dos Cowboys em cima do adversário.

“Ele está mais rápido do que quando jogamos juntos”, disse Guin. “Realmente eles o colocaram em forma, numa condição física bem melhor que antes.”

O desempenho corrido de Prescott em número de jardas na partida é o segundo melhor de um quarterback na história dos Cowboys, atrás apenas de Roger Staubach, que conseguiu 90 jardas em 6 corridas contra o Philadelphia Eagles, em 14 de novembro de 1971. Já sobre a quantidade de carregadas, Dak empata na liderança da franquia com Steve Pelluer, que também correu 11 vezes numa derrota contra o Miami Dolphins em novembro de 1987.

Algumas das corridas de Prescott foram zone-reads – quando dois jogadores se posicionam atrás da linha ofensiva e correm, sem a bola, de forma cruzada, causando uma confusão na defesa adversária -, como a acima citada, que foi auxiliada por bloqueios dos tigth ends Geoff Swaim e Blake Jarwin. Algumas outras foram improvisadas, como a de 28 jardas no terceiro quarto, que facilitou o chute de Brett Maher na conversão do seu quarto field goal na partida, colocando uma vantagem de 20 pontos no placar.

“Eles me deram a oportunidade de correr”, disse Prescott, sobre a defesa de Jacksonville. “Honestamente, nós tivemos algumas boas zone-reads, breakdowns, e eu tive liberdade para avançar. Os caras fizeram um bom trabalho bloqueando a defesa. Fora que eles [Jaguars] utilizaram muitas vezes uma estratégia de marcação individual, e isso me permitiu sair do pocket para pisar um pouco na grama e ter sucesso com isso.”

Dak joga em grama artificial no AT&T Stadium, mas a maneira como ele correu fez parecer que o jogador estava no gramado natural em Haughton.

Nos primeiros cinco jogos da temporada, os Cowboys tiveram muitas dificuldades no ataque. Embora Ezekiel Elliott tenha iniciado o jogo como o líder em jardas corridas da liga, esse desafogo no ataque não abriu espaços para o jogo aéreo de Prescott. Tentar jogar como um ataque convencional não tem sido frutífero à equipe.

Quando os Cowboys envolvem Prescott no jogo corrido, as coisas parecem fluir. Na vitória da semana 2 contra o New York Giants, por exemplo, ele correu sete vezes para 45 jardas.

“Desde que chegou aqui, ele tem sido um cara que conseguiu fazer a diferença muitas vezes com o seu jogo corrido”, falou o treinador da equipe, Jason Garrett.

No domingo, isso abriu espaços para o jogo aéreo. Prescott completou 17 de 27 passes para 183 jardas, sendo deles, dois touchdowns de Cole Beasley.

“Dak é inacreditável”, disse o right guard Zack Martin. “Correndo desse jeito, lançando dessa forma, controlando o ataque. Ele é excelente.”

Mas será que ele continua assim? Em seis jogos, Prescott correu 34 vezes para 2013 jardas, somando, na carreira, 541 jardas em 91 carregadas. Nas suas duas primeiras temporadas ele correu 57 vezes em cada uma, para 282 e 357 jardas, respectivamente.

Além da construção do ataque aéreo, os Cowboys precisam de Prescott para ser esse tipo de arma no jogo corrido.

“Temos peças para mudar isso”, disse o general manager dos Cowboys, Jerry Jones. “Nós vimos isso na semana passada em Houston [com Deshaun Watson] e na semana 1 em Carolina [com Cam Newton]. Eles conseguiram fazer com que o quarterback tivesse um excelente desempenho em corridas, e isso atrapalhou a nossa defesa. E olha que nós temos uma boa defesa.”

Mas Jerry Jones está se sentindo bem com o seu quarterback se arriscando tanto na quantidade de corridas?

“Sim, eu estou. Prefiro vê-lo correndo assim e deslizando ao fim das jogadas do que prejudicando os seus tornozelos e joelhos no sacks que podem vir quando ele fica no pocket”, disse Jones. “Eu estou bem com isso. Isso abre mais possibilidades. Mas nós não precisamos focar totalmente nessa questão porque temos Zeke em campo. Nosso antídoto é exatamente Zeke. Nós não temos que depender de muitas conexões em campo com os dois lá dentro. Dak pode entregar a bola para ele ou mantê-la consigo mesmo.”

Prescott e Guin ainda conversam com frequência, e Dak descobriu que o antigo técnico estaria no jogo deste fim de semana. Na entrevista de Dak neste domingo, Guin estava sentado na primeira fila.

“Eu não estaria nessa posição sem um treinador”, disse Prescott, apontando em sua direção.

Com 3 vitórias e 3 derrotas e muito vivos no cenário confuso em que se encontra a NFC East, os Cowboys é que não estariam nessa posição sem Dak Prescott.

“Eu disse a ele esta semana: ‘Apenas seja Dak e tudo dará certo’”, falou Guin. “E foi isso que ele fez.”

Fonte
ESPN

Ivan Cruz

Aprendeu tudo o que sabe sobre Futebol Americano através do Madden. Tem muita sorte por ter sido acolhido pelas maiores e melhores torcidas do mundo: Dallas Cowboys e Flamengo.

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