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Como a não aquisição de dois jogadores ajudou os Cowboys a chegar nos playoffs

A aquisição de Amari Cooper tornou possível a ida dos Dallas Cowboys aos playoffs para enfrentar o Seattle Seahawks.

Mas se as conversas com os Seahawks tivessem se concretizado e os Cowboys adquirissem o safety Earl Thomas, o time nunca iria atrás do recebedor de Oakland.

Isso deixa o encontro dos dois times no sábado à noite muito mais interessante.

O caminho para os playoffs não depende apenas dos jogadores que um time obtém. Aqueles que o time falha em obter também são importantes para essa jornada. No caso de Cooper, há dois nomes para se ter em mente.

Earl Thomas e Sammy Watkins.

Vamos começar com Thomas. A atração se tornou pública no natal do ano passado, quando Thomas foi conversar com Jason Garrett no vestiário dos Cowboys após Seattle vencer Dallas e disse, “se vocês tiverem a oportunidade, venham me pegar.”

Os dois times conversaram antes do draft, e conversaram de novo durante o training camp quando Thomas não se apresentou. As conversas ainda seguiram no começo da temporada, antes do time de Dallas viajar para enfrentar os Seahawks na semana 3.

Seattle queria uma escolha de primeira rodada. Dallas estava disposto a oferecer uma escolha de segunda rodada, não mais do que isso. Os dois lados esperaram, acreditando que o outro poderia ceder.

Thomas interceptou dois passes de Dak Prescott na vitória dos Seahawks por 24-13 no dia 23 de setembro. Uma semana depois, sua temporada acabou com uma lesão na perna.

Vamos lembrar como os Cowboys estavam na época. O free safety Xavier Woods havia perdido os dois primeiros jogos da temporada com uma lesão na coxa. Jeff Heath e Kavon Frazier eram os titulares e não havia muita profundidade na posição.

Havia também uma sensação de que essa jovem defesa poderia se tornar algo especial se tivesse um líder veterano e um playmaker na secundária, especialmente alguém que já tivesse ido a seis Pro Bowls e já tivesse jogado com o técnico de secundária de Dallas Kris Richard.

“Quer dizer, é óbvio que ele é um jogador elite,” disse Ezekiel Elliott sobre Earl Thomas antes do jogo contra Seattle. “Ele é especial, se conseguíssemos adicioná-lo à nossa equipe, isso nos daria uma chance muito maior.”

De novo, os Cowboys nunca dariam uma escolha de primeira rodada por um safety que vai fazer 30 anos em maio. Mas se os Seahawks tivessem aceitado a proposta dos Cowboys de trocar Thomas por uma escolha de segunda rodada, o acordo teria sido feito.

Nesse cenário os Cowboys não ofereceriam uma escolha de primeira rodada para o Oakland Raiders pelo recebedor Amari Cooper, o que deixaria o time sem escolhas até a terceira rodada do draft. O time teria investido pesado em um jogador de defesa, não de ataque.

Vamos voltar ainda mais.

Sammy Watkins era o principal alvo do time na free agency. Ele era o recebedor que o time queria para suceder Dez Bryant. Membros da organização acreditavam que Watkins poderia ser um recebedor número 1, mesmo que ele tenha apenas uma temporada de 1000 jardas na carreira.

O Kansas City Chiefs assinou com Watkins por 3 anos e $48 milhões, com $30 milhões garantidos. Os Cowboys estavam dispostos a oferecer algo parecido. Mas o sucesso recente da organização no draft levou à uma abordagem mais disciplinada, uma abordagem em que o clube resiste à tentação de pagar demais após determinar um valor que ache justo.

“Você quer fazer as coisas que você sente que, pelo menos, tenham valor,” disse o vice-presidente executivo Stephen Jones. “Nós passamos.

“Não é como se nós estivéssemos sendo teimosos, dizendo que conseguiríamos se um recebedor número 1. Todo mundo quer um.

“É paciência.”

Essa paciência levou o time à Cooper.

Os Cowboys não precisavam imaginar que Cooper seria um recebedor número 1 como imaginaram com Watkins. Cooper já fazia esse papel em Oakland. Quando Dallas viu a idade de Cooper (ele fará 25 anos em junho), e os prospectos de recebedores para o próximo draft, a equipe se sentiu confortável em oferecer uma escolha de primeira rodada.

Essa movimentação não teria ocorrido se o time tivesse assinado com Watkins na offseason.

“Não era apenas sobre esse ano,” disse Jones sobre a troca por Cooper. “Nós sabíamos que iríamos precisar de um recebedor. Então olhamos para o que precisava ser feito para subir no draft, geralmente para subir da metade de baixo da primeira rodada do draft para a metade de cima você tem que oferecer duas escolhas de primeira rodada, ou uma de primeira e uma de segunda.

“Nós apenas não vemos um recebedor que nos interesse no próximo draft.”

Os Cowboys concretizaram a troca horas após perder para Washington e cair para um recorde de três vitórias e quatro derrotas na temporada. A derrota não impulsionou a troca. Jones disse que Dallas teria trocado uma semana antes, mas os Raiders não estavam prontos.

A troca ajudou a salvar a temporada. Os Cowboys estão 7-2 desde que o recebedor chegou.

Mas Jones insiste que não foi por isso que a troca foi feita. Olhando para a NFC, ele já havia considerado a possibilidade do time ficar de fora dos playoffs mesmo com Cooper.

“Nós já estávamos atrás, e era um longo caminho para voltar,” disse Jones. “Nós voltamos. E ele nos ajudou a voltar.

“Muitas pessoas não querem acreditar, mas eu já disse e repito, Amari é muito mais do que apenas esse ano. Ele é o cara que estará lá com Zeke e Dak pelos próximos cinco, seis, sete anos.”

Tudo isso só foi possível com paciência.

E não ter conseguido Thomas ou Watkins.

Fonte
Dallas Morning News

Rafael Loureiro

Calouro, vindo de Santa Maria-RS, 18 anos, 6' 157 lbs e escolheu não correr o 40 yard dash. Viciado em NFL e apaixonado pelo Dallas Cowboys, agora compõe a equipe do Blue Star Brasil.

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