Começo esse texto com duas afirmações igualmente incontestáveis
A primeira: Jason Witten é uma lenda e um dia estará imortalizado no Ring of Honor do Dallas Cowboys, não duvido nem um pouco que também seja introduzido ao Pro Football Hall of Fame.
A segunda: Jason Witten não é mais o atleta que já foi e não está ficando mais novo com o passar do tempo. Apesar de ser um ótimo bloqueador, não é mais uma ameaça tão grande no jogo aéreo.
Por mais de uma década, Witten é uma unanimidade no ataque dos Cowboys. Desde que chegou ao time como uma escolha de terceira rodada no draft de 2003 o jogador se desenvolveu em um dos principais tight ends da liga.
Nós podemos conversar sobre como em 15 anos na liga Witten já foi indicado 11 vezes ao Pro Bowl e 4 vezes ao All-Pro team, sendo duas dessas vezes no primeiro time; sobre como o jogador está a menos de 300 jardas de entrar na lista dos 20 jogadores com mais jardas recebidas da história da liga, incluindo wide receivers; ou sobre como desde 2003 mais de 10 tight ends passaram pelo Dallas Cowboys e Witten é o único que você consegue lembrar (você provavelmente não lembra de nenhum anterior a ele também).
Não obstante, Witten terá 36 anos no começo da próxima temporada e, apesar de parecer que o jogador sempre está livre nas terceiras descidas, ele já não é uma ameaça em velocidade e não conquista jardas após a recepção.
Jason Witten é insubstituível, mas não é para sempre. Quando o camisa 82 se aposentar será necessário que um sucessor tome o seu lugar, e olhando para o elenco atual dos Cowboys eu não sei se podemos encontrá-lo.
O atual elenco de tight ends dos Cowboys tem – além de Jason Witten – James Hanna, Geoff Swaim, Blake Jarwin e Rico Gathers. A comissão técnica confia muito em Hanna como recebedor e bloqueador, mas seu contrato só vai até o ano que vem. Swaim mostrou promessa, mas vem de uma temporada ruim e seu contrato também acaba no ano que vem. Jarwin foi promovido ao time principal após despertar interesse de outros times enquanto estava no practice squad, e terá a chance de mostrar mais nessa offseason. Por último, Gathers se destacou na última pré-temporada ao marcar dois touchdowns, mas perdeu toda a temporada regular se recuperando de uma concussão.
Ok, talvez o elenco atual dê ao time um pouco de segurança na posição pelo menos por mais um ano, mas o que contribui para a resposta da pergunta principal desse texto é a classe de tight ends do draft. A classe difere da do ano passado, que tinha um talento top 10 em OJ Howard e teve outros dois nomes sendo chamados no primeiro dia. Se você ouvir algum tight end ser chamado no dia 26 de abril ele provavelmente será um reach, mas a classe desse ano é profunda e tem bons nomes para o dia dois.
O site On The Clock — que recentemente brincou de General Manager dos Cowboys –, em seu excelente guia para o Draft 2018, tem cinco nomes com nota de segunda e terceira rodada. Meu destaque vai para Mark Andrews, jogador de Oklahoma que produziu muito bem em seus três anos no college e recebeu no ano passado o título de melhor tight end da nação, mas que no big board dos times deve ficar atrás de jogadores como Hayden Hurst e Mike Gesicki que teve um combine excepcional. Além de Andrews, Dallas Goedert é um tight end que chamou bastante a atenção dos scouts ao dominar a FCS, uma divisão com competitividade inferior no college (sem contar que seria no mínimo divertido ter um jogador chamado Dallas jogando em Dallas).
Como vocês já viram aqui, os Cowboys não agendaram nenhuma visita pré-draft com tight ends e isso deve indicar que o time não escolherá um jogador da posição na primeira rodada, contudo, uma adição no segundo dia do draft pode ser muito benéfica, e acho muito difícil que Dallas saia do draft sem nenhum novo tight end.
Respondendo agora de forma direta a pergunta inicial: Sim, na minha opinião (e com todo o respeito devido ao lendário camisa 82) está na hora de buscar o sucessor de Jason Witten, e essa classe do draft nos permite buscar esse jogador sem arriscar demais. E vocês, o que acham?