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Amari Cooper, seu contrato e o dilema da offseason

Dois anos atrás, os Cowboys criaram uma cláusula para poder escapar dos compromissos futuros no contrato de Amari Cooper já nesta offseason. Eles vão utilizá-la?

Amari Cooper possui contrato vigente?

Há algo meio enganoso na lista de free agents dos Cowboys para esta offseason.

O nome Amari Cooper não está nesta lista.

Teoricamente, o wide receiver tem contrato em vigor para 2022. Três temporadas ainda seguem na extensão de cinco anos e US$100 milhões que ele assinou em março de 2020. Mas, na prática, o seu futuro com os Cowboys está tão pendente quanto aos outros 24 jogadores programados para expirar seus contratos no dia 16 de março.

Uma nova temporada com Dallas depende de um compromisso a ser renovado pela franquia. O atual não é garantido.

Ao reestruturar seu contrato há dois anos, a franquia posicionou-se deliberadamente para poder cortá-lo ou trocá-lo no próximo mês com uma multa salarial insignificante. Este artifício funciona como uma opção da equipe, efetivamente tornando Amari Cooper o 25º agente livre dos Cowboys.

Agora, uma coisa é projetar a cláusula de escape. Outra bem diferente é passar por ela. Se a cláusula deve ou não ser utilizada antes do prazo de 20 de março é uma difícil decisão que está nas mãos do front office.

Por dois anos, Amari Cooper foi uma espécie de carro esportivo muito caro que os Cowboys alugaram. Talvez tenha sido um erro do motorista não saber como aproveitar toda aquela potência. Quem sabe o veículo não atendesse aos padrões naturalmente associados ao preço premium. Ou decerto as condições da estrada estivessem ruins, fatores além do controle do carro e do motorista.

Seja qual for o motivo, ele produziu em um nível abaixo do esperado.

Em 2021, Amari Cooper teve um salário de US$20 milhões e um cap hit de US$22 milhões, ambos os mais altos da NFL em sua posição. Ele terminou com 68 recepções para 865 jardas e oito touchdowns. No ranking de jardas da equipe Cooper ficou em segundo lugar e em recepções foi o terceiro.

Esses números analisados friamente não apontam para a continuidade e um novo aumento do contrato.

O salário de US$20 milhões de Amari Cooper para 2022 será totalmente garantido se ele ainda estiver na lista de ativos em 20 de março. A cláusula condicional é a única garantia que os Cowboys incorporaram à terceira etapa de seu contrato. Ao liberá-lo antes disso, Dallas poderá economizar US$20 milhões em dinheiro e criará US$16 milhões em cap space para 2022 – o valor de Cooper este ano a ser considerado para o salary cap da liga cairia de US$22 milhões para US$6 milhões.

Uma saída bastante tranquila.

Havia três caminhos pelos quais os Cowboys e Adam Prasifka (diretor de teto salarial e contratos de jogadores) habilmente projetaram essa chance de rompimento.

A primeira é a condicionalidade acima mencionada de dinheiro garantido do terceiro ano devido à Amari Cooper. O segundo é o contrato de US$100 milhões, incluindo apenas US$10 milhões em bônus de assinatura, cujo impacto no teto salarial anual se espalha uniformemente pela tempo do acordo. Em terceiro lugar, a condução determinante dos Cowboys que preservou sua opção de terceiro temporada de contrato ao decidir ano após ano por não reestruturar o acordo de Cooper.

Desde 2020, houve momentos em que o front office procurou criar espaço no teto salarial. Ao fazer isso, converteu o salário em bônus de assinatura da maioria de seus maiores contratos de jogadores. O defensive end DeMarcus Lawrence, o left tackle Tyron Smith, o right guard Zack Martin, o right tackle La’el Collins, o running back Ezekiel Elliott e o quarterback Dak Prescott tiveram seus acordos reestruturados pelo menos uma vez.

Menos Amari Cooper.

Os Cowboys intencionalmente mantiveram seu contrato intocado para preservar sua possibilidade de fuga. Desde o início, mesmo com a equipe investindo pesadamente em Cooper, a franquia nunca ficou exposta no acordo.

No caso de dispensa, certamente Amari Cooper faria falta.

Ele tem um QI de futebol elevado que lhe permite alinhar em qualquer posição de recebedor. Ele pode jogar como X, como Z e como o slot. Essa versatilidade não é encontrada em qualquer lugar. Michael Gallup, um dos 24 agentes livres programados, tem seu jogo limitado ao outside.

Da mesma forma, as estatísticas da temporada passada contam apenas parte da história.

Estudar o filme do jogo é encontrar um exemplo após outro da presença de Amari Cooper em campo criando jogadas para seus colegas ao seu redor. As defesas geralmente respeitaram sua trajetória na rota, mantendo a marcação, o que acabou liberando um companheiro de equipe para recepções e jardas que não alimentaram positivamente as estatísticas de Cooper, mas fizeram parte dos números da equipe.

Isso pode ou não valer US$20 milhões, mas conta para alguma coisa.

Amari Cooper perdeu a última primavera norte-americana e a maior parte do training camp após uma recuperação mais lenta do que o previsto de uma cirurgia no tornozelo realizada em janeiro de 2021. À medida que os treinos ficaram em segundo plano para a reabilitação, ele se tornou mais disciplinado com sua dieta e reduziu o peso. Mas as oportunidades foram inconsistentes no jogo de passes. Ele contraiu COVID-19 no final de novembro, forçando-o a ficar de fora em dois jogos e mal atuar em um terceiro.

Ao todo, Amari Cooper apareceu em 15 jogos da temporada regular, incluindo 14 com Prescott como quarterback. Ele ultrapassou oito metas em apenas dois desses 14 jogos. Enquanto isso, o wide receiver de segundo ano CeeDee Lamb ultrapassou oito metas em sete dos 15 jogos da temporada regular disputados com Prescott.

Na semana 1, Amari Cooper completou 13 de 17 passes para 139 jardas e dois touchdowns contra o Tampa Bay Buccaneers. A única outra vez em que ele chegou a 100 jardas em um jogo foi na semana 8, quando Cooper Rush foi titular no lugar de Prescott (lesão na panturrilha) na vitória sobre o Minnesota Vikings.

Conseguir um recebedor de US$20 milhões no futebol americano não deve ser tão difícil.

Financeiramente, os Cowboys simplificaram a decisão de se separar dele.

Os outros 24 free agents

Maiores Nomes

Foto: Vernon Bryant/Dallas Morning News

DE Randy Gregory: Esta é sem dúvida a avaliação mais intrigante de toda a classe da free agency da NFL. Os pass rushers, por um lado, sempre foram premium, e Gregory produziu uma amostra brilhante em quatro jogos durante a primeira metade da temporada. Por outro lado, as equipes são naturalmente avessas ao risco. Problemas extracampo fizeram Gregory ter um lento início na liga e sua produção em 2021 desacelerou em meio a uma lesão no joelho que exigiu um posterior procedimento médico no início da offseason. A estrutura do contrato dele será muito importante.

TE Dalton Schultz: Nas últimas duas temporadas, Schultz ficou em quarto lugar entre todos os tight ends da NFL em recepções (141), sétimo em jardas recebidas (1.423) e sexto em touchdowns (12). Embora não brilhante, ele também é um bloqueador em linha melhor do que a maioria de seus colegas. Desnecessário dizer que Schultz está prestes a se ser muito bem recompensado, provavelmente arrecadando mais de US$11 milhões por ano num novo contrato.

WR Michael Gallup (foto acima): Uma lesão na panturrilha em 9 de setembro. Uma ruptura do ligamento cruzado anterior em 2 de janeiro. Cirurgia no joelho em 10 de fevereiro. Muito pouco da temporada de final de contrato de Gallup foi como planejado. Os Cowboys conhecem bem o jogador e seu papel na equipe, e o médico chefe da equipe, Dr. Dan Cooper, realizou a cirurgia. Eles não carecem de informações para navegar e decidir o seu futuro.

S Jayron Kearse: Uma coisa é os Cowboys descobrirem um diamante bruto na posição de safety. Outra é um front office com uma reputação mesquinha nessa posição recontratar o mesmo jogador em uma extensão onerosa. Kearse certamente espera permanecer com a equipe técnica que desnudou o seu talento. Mas a que preço?

LG Connor Williams: O líder da NFL em penalidades (10) é na verdade um dos melhores guards disponíveis nesta classe de free agency. Em meio às dificuldades de Williams, os Cowboys recorreram a Connor McGovern por quatro jogos, mas ele também decepcionou. O left guard titular para a semana 1 deverá ser uma escolha do próximo draft.

Titulares Experientes

Foto: Smiley N. Pool/Dallas Morning News

LB Leighton Vander Esch: Jogando todos os 18 jogos – temporada regular e pós-temporada – superou um obstáculo importante depois de dois anos cheios de lesões e algumas de suas melhores atuações no futebol reapareceram. Sua capacidade de cobertura homem-a-homem não é meramente um ajuste natural do esquema.

LB Keanu Neal: Perdeu três jogos em duas distintas oportunidades com COVID-19 e não se destacou consistentemente em campo.

DL Brent Urban: Uma lesão no tríceps que encerrou a temporada em outubro foi um golpe para a defesa contra o jogo corrido dos Cowboys. Ele faz o trabalho sujo, facilitando a vida dos linebackers atrás dele.

S Malik Hooker: Mostrou flashes encorajadores na primeira temporada depois da recuperação do problema com o tendão de Aquiles.

S Damontae Kazee: Também sólido na primeira temporada pós lesão no tendão de Aquiles.

DT Carlos Watkins: Importante jogador de interior de linha foi um dos 22 jogadores dos Cowboys a marcar um touchdown no ano.

Jogadores com Contribuição já Comprovada

Foto: Steve Hamm

WR Cedrick Wilson: A flecha está apontando para cima aqui. Wilson foi um recebedor nº 4 super-qualificado para começar o ano. No final, o segredo foi revelado, pois ele se tornou a principal opção no slot em 2022. Seus talentos como jogador de times especiais e como quarterback de gadgets são um bônus.

DE Dorance Armstrong: Special teamer extremamente versátil e valioso que segue cavando um lugar na rotação da linha defensiva.

WR Malik Turner: O special teamer aproveitou ao máximo de suas oportunidades no ataque. O que mais uma equipe poderia pedir de um recebedor de back-end?

TE Jeremy Sprinkle: Bom bloqueador em linha com limitações como recebedor.

Special Teams e Outros

Foto: David Becker/ASSOCIATED PRESS

P Bryan Anger: Este achado do coordenador John Fassel provavelmente não será mais uma pechincha. Aos 33 anos, Anger chegou ao seu primeiro Pro Bowl, liderando a NFL com um recorde de 44,6 jardas por punt.

LS Jake McQuaide: Fassel confia no especialista de longa data, desde que o escolheu em 2011 vindo da Universidade de Ohio.

WR Noah Brown: Outro special teamer. Não conseguiu ser titular mesmo com muitas ausências na partida contra o Kansas City Chiefs.

OT Ty Nsekhe: Left tackle número 3, fez um trabalho de qualidade após um susto de saúde ocorrido em setembro.

CB Maurice Canady: O queridinho do training camp teve uma temporada sem nada a ser registrado de positivo.

RB Corey Clement: A contratação de dezembro aumentou a profundidade do backfield depois que Tony Pollard machucou o pé.

LB Luke Gifford: agente livre restrito. Jogou 368 snaps em equipes especiais e 32 na defesa.

LB Francis Bernard: agente livre com direitos exclusivos. Outro do special teams.

OT Mitch Hyatt: agente livre de direitos exclusivos. Lesões no joelho lhe deram dois anos seguidos de licença remunerada.

 

 


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Fonte
Dallas Morning News

Diego Barros

Torcedor do Dallas escondido no velho oeste do Rio Grande do Sul. Veterano na torcida desde a década de 90, louco para recuperar o Lombardi.

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