Notícias

Ainda há espaço para uma grande contratação na Free Agency?

Todas as últimas noites do mais longo março de toda a minha vida, por razões que todos estão vivendo nesse Brasil e mundo, tenho feito me feito essa pergunta.

Afinal, ainda há espaço para uma grande contratação na free agency?

E quando penso na resposta volto um pouco no tempo.

O Dallas Cowboys entrou na atual temporada com 31 jogadores com situação indefinida e com contratos se encerrando.

Destes, até o presente momento, os Cowboys renovaram com Blake Jarwin (TE), Amari Cooper (WR), Darian Thompson (S), Sean Lee (LB), L.P. Ladouceur (LS), Kai Forbath (K), Anthony Brown (CB), Joe Looney (C), Joe Thomas (LB), Justin March (LB) e CJ Goodwin (CB). Ao mesmo tempo, Byron Jones (CB), Randall Cobb (WR), Robert Quinn (DE), Jason Witten (TE), Maliek Collins (DT), Jeff Heath (S), Xavier Su´a-Filo (G), Cameron Fleming (T) e Kerry Hyder (DE) saíram. Travis Frederick (C) se aposentou. Além disso, o Dallas Cowboys utilizou a franchise tag em Dak Prescott (QB). Por fim, foram contratados Gerald McCoy (DT), Maurice Canady (CB), Ha Ha Clinton-Dix (S), Blake Bell (TE) e Dontari Poe (DT).

É evidente que ainda existem algumas posições onde um upgrade seria muito bem vindo, além de claras necessidades para a equipe titular.

Na minha opinião, Dallas ainda precisa de um cornerback, um wide receiver e um defensive end titulares, além de jogadores para melhorar a profundidade do elenco, tais como safety, linebacker e swing tackle, entre outros.

Além disso, é uma certeza que especialmente as perdas de Byron Jones e de Robert Quinn serão sentidas.

De qualquer sorte, até o presente momento, sem informações sobre os contratos de Dontari Poe e Blake Bell, bem como com a questão volátil de Dak Prescott, já que diariamente se altera o valor da franchise tag e, ao mesmo tempo, pode ocorrer a formalização de um novo contrato a qualquer momento, a franquia possui pouco mais de US$19 milhões de espaço no salary cap.

Segundo os entendidos, Dallas precisará de cerca de US$6,7 milhões para assinar com todos os calouros oriundos do draft. Claro, mantendo as escolhas atuais.

Resta saber, e isso é bastante importante, o quanto impactarão os contratos de Dontari Poe e Dak Prescott.

Veja-se que do contrato de Poe não poderemos fugir nessa equação, já que se trata de um acerto de um ano apenas. Mas, em relação a Prescott, eventualmente as condições podem ser interessantes para um impacto menor em 2020, o primeiro ano do novo acordo.

Lembrando que a aposentadoria de Travis Frederick por enquanto é apenas um anúncio, sem formalização até o presente momento da repercussão econômica do cap de Dallas. Em projeção, se ele for cortado ante de 1° de junho, os Cowboys teriam um alívio de quase US$1 milhão, mas com US$11 milhões de dead money. Se o fato ocorrer depois de 1° de junho, quase US$5 milhões voltam para o cap deste ano e permanecem US$7 milhões de dead money. Há alternativa, ao final, de uma eventual divisão em dois anos do dead money.

Porém, assim que encerrado o draft, alguns dias depois, todas as equipes da NFL tem um prazo legal para adaptar os seus rosters ao teto de salários da Liga, sob pena de severas sanções. Então, o eventual corte de Frederick e o maior montante de espaço para o cap só se perfectibilizará depois do prazo legal imposto pela liga.

Mas tudo isso é futuro para esse texto.

Para fins efetivos, Dallas possui US$19 milhões sobrando.

No mínimo, disso temos que retirar os US$6,7 milhões do draft e, numa previsão otimista, mais cerca de US$7 milhões do contrato de Poe, já que ele teve US$8,3 milhões de ganhos no último ano e deve ocorrer uma pequena desvalorização por conta de sua idade e tempo de contrato.

Levando em consideração esses vetores, Dallas possuiria ainda para contratar pouco mais de US$5 milhões.

Com esse valor, não há a menor chance de contratar um grande nome da liga nesses últimos dias que antecedem o draft.

Se formos imaginar apenas as duas maiores necessidades dos Cowboys nesse momento, sendo elas cornerback e defensive end, teríamos disponíveis no mercado, como grandes nomes, os jogadores Logan Ryan, Trumaine Johnson, Jadeveon Clowney e Everson Griffen, entre outros que me fugiram nesse momento. Algum deles aceitaria o valor ainda existente no limite de Dallas para jogar pela franquia? Duvido muito.

Claro que existe a possibilidade de economizar um pouco com a repercussão econômica do primeiro ano do novo contrato de Prescott, mas nada significativo o suficiente para poder contratar um jogador como Clowney, por exemplo, que segundo as notícias da imprensa norte-americana teria recusado uma oferta salarial de US$17 milhões de Miami, por entender que merece mais.

Dos demais ali citados, a maioria deles tem uma projeção de contratos variando entre US$8-10 milhões. Para esses, talvez alguma reestruturação salarial de veteranos do grupo dos Cowboys ou o novo contrato de Prescott possam auxiliar nessa conta. Mais que isso, impossível.

Há outras alternativas. A primeira delas diz respeito à Tyrone Crawford. O veterano defensive tackle vem de uma temporada onde jogou poucas partidas e foi colocado na injured reserve, sendo que precisou realizar cirurgias nos quadris e no ombro (labrum). Ele espera estar completamente recuperado, mas seu salário é um motivo de constante discussão entre os torcedores, especialmente pela produção que vem oferecendo. Muitos sugerem o corte dele. O jogador é o oitavo maior salário da equipe, sendo que ele impacta com US$ 9,1 milhões no cap. Um corte significaria uma economia imediata de US$8 milhões, permanecendo ainda US$1,1 milhão de dead money. Com toda a certeza, o sua saída viabilizaria a contratação de algum daqueles nomes, excetuando-se talvez apenas Clowney daquela lista. A própria redução salarial poderia significar isso, para não criarmos outra necessidade ao plantel.

Mas, ao final, vem um grande questionamento: vale a pena Dallas fazer isso?

Porque temos de fazer essa pergunta? Por conta das escolhas compensatórias para 2021.

O cálculo das escolhas compensatórias é algo muito difícil de ser compreendido. Não há uma regra escrita. Basicamente, uma equipe que perde jogadores do seu elenco na free agency, em situações que não são de dispensa, teria direito a uma compensação por esse prejuízo através de escolhas no draft do ano seguinte. Quais os critérios para se determinar a compensação? O principal deles é o valor do novo contrato assinado pelo jogador que a franquia perdeu. Portanto, Dallas, depois de sofrer momentaneamente com as saídas de Byron Jones e Robert Quinn, além de Randall Cobb, poderá sorrir em 2021 com escolhas compensatórias no draft. Aliás, pelos contratos assinados, até o presente momento, há chance de Dallas receber, pelo menos, uma escolha de 3ª rodada e outra de 4ª por conta da situação de Jones e Quinn.

Mas o atento leitor agora se pergunta: por qual motivo isso tem relevância nesse texto, já que as escolhas são para 2021?

A relevante questão tem como resposta o fato de que se a franquia contratar alguém para o lugar do que se foi na free agency poderá anular a escolha compensatória do ano seguinte! Sim, meus caros, conforme a contratação que se fizer, se ela ou o conjunto delas for equivalente ao que se perdeu, a liga não oferece uma compensação no draft do ano posterior. É até lógica essa regra. Por isso que nem citei Maliek Collins na equação, já que contratamos Poe e McCoy para o seu lugar.

E dentro dessa brincadeira toda tem uma situação que faz com que pensemos em deixar para mais adiante uma contratação pontual.

A regra de anulação das escolhas compensatórias pela contratação de um novo jogador vai até um pouco depois do draft, quando as equipes tem o primeiro prazo legal para adaptar seus rosters ao limite do cap.  Depois disso, as novas contratações não fazem efeito para as escolhas compensatórias.

Então, a questão que fica diz com o momento de se realizar essa grande e sonhada contratação. Se formos para o draft sem esse negócio, as escolhas compensatórias se consolidam e, após o draft, uma análise mais efetiva do elenco pode ser feita. O grande problema disso é quem ainda estará disponível depois do draft deste ano. A maioria dos melhores jogadores já terá firmado contratos com os demais times da liga.

Dito tudo isso, no cenário atual, não só é muito difícil que o Dallas Cowboys faça uma nova contratação como, pelo andar da carruagem, parece que o front office está esperando passar o draft, consolidar as escolhas compensatórias, analisar o elenco já com os calouros e, então, negociar entre os jogadores que sobraram para fechar o elenco.

O grande problema dessa fórmula é que eu, assim como você (imagino), preferiria aquela grande contratação, uma de encher os olhos, de fazer olhar o preço da camisa para futura compra, enfim, daquelas para olhar o vizinho que torce pelo time rival de cabeça erguida.

Pois bem, essa contratação, sem cortes no elenco e/ou restruturações contratuais, dificilmente  ocorrerá em 2020.

 

Saudações e Go Cowboys.


Seja um apoiador do Blue Star Brasil e garanta uma série de benefícios! Veja como participar aqui.

Diego Barros

Torcedor do Dallas escondido no velho oeste do Rio Grande do Sul. Veterano na torcida desde a década de 90, louco para recuperar o Lombardi.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo