O mês era março de 2015. Após uma das melhores temporadas dos últimos anos, o Dallas Cowboys chegou aos playoffs com a esperança de voltar ao topo da NFL. Passando por uma vitória mágica em Dallas sobre o Detroit Lions, o Cowboys acabou sucumbindo em Green Bay em um jogo que dá o que falar até hoje.
Eliminado, o time agora voltava suas atenções para a renovação de contrato de seus jogadores. Mas havia um problema: o teto salarial não possibilitava que todos os jogadores tivessem seus contratos renovados, por mais que o time quisesse mantê-los. Foi assim que o Cowboys acabou perdendo os titulares Bruce Carter e Justin Durant, além de ter de fazer algumas escolhas, como renovar com Cole Beasley e não com Dwayne Harris, que foi para o rival New York Giants. Mas o assunto em Dallas rodeava dois jogadores: Dez Bryant e DeMarco Murray.
Por mais que Dez Bryant tenha feito parte de toda uma polêmica de não treinar para conseguir um contrato novo e não jogar a temporada sob a franchise tag, a sua situação em Dallas era segura: ele não iria para lugar nenhum. O mesmo não podia se dizer sobre Murray.
Sem nenhum anúncio de renovação e com o período de Free Agency começando, havia a preocupação de que Murray pudesse realmente sair para outra equipe. Entre os interessados, surgiu o nome do Jacksonville Jaguars e o Oakland Raiders, times com bastante espaço no teto salarial e que poderiam muito bem ter dado uma boa bolada de grana para Murray. Além dos dois times, havia a opção de renovar com o Cowboys, que mantinha sua proposta de renovação de pé. Murray teve o melhor ano de sua carreira em 2014 e foi eleito o Jogador Ofensivo do Ano, além de ser muito querido por toda a cidade. Mas Murray preferiu seguir outro rumo.
Após uma polêmica de contratar o running back Frank Gore ou não, o Philadelphia Eagles encaminhava a contratação de Ryan Matthews para suprir a saída de LeSean McCoy, trocado naquela offseason. Com Murray disponível, o Eagles não pensou duas vezes em oferecê-lo uma grande quantia de dinheiro para contratá-lo, em uma movimentação que pareceu mais que a intenção era tirá-lo de Dallas do que realmente contar com ele como reforço.
E foi assim que 2015 rolou. De um lado, o Cowboys viu seu jogo terrestre ir bem, mas não tanto quanto foi com Murray e a ausência de Romo em campo fez o time amargar a quarta pior campanha de toda a NFL. Já o Eagles viu o investimento no Murray se tornar um completo fracasso, já que o jogador teve números tão terríveis que terminou a temporada como reserva e um jogador dispensável.
Mas foi exatamente isso que tornou e ainda vem tornando a temporada de 2016 do Dallas Cowboys tão fantástica. E não tem nada a ver com Ezekiel Elliott.
Em março desse ano, quase um ano depois da saída de Murray, a NFL divulgou as escolhas compensatórias dos times para o Draft de 2016. Por conta da perda de Murray para a temporada de 2015, a NFL recompensou o Cowboys com uma escolha de quarta rodada. A 135ª escolha geral para ser mais exata.
Sabe o que o Dallas Cowboys fez com essa escolha? Selecionou um tal de Dak Prescott.
O resto é história. Obrigado, Philadelphia Eagles.