Como você viu na Parte 1, o Blue Star Brasil começou a explicar o que é o NFL Scouting Combine. Dentre não só uma breve explicação sobre o que é o evento e uma explicação completa dos exercícios — sério, bem completa, com GIFs e tudo mais — chegou a hora de falar do resto que o Combine abriga.
Confira abaixo os exercícios que os jogadores de diferentes posições fazem, além do exame médico e um teste similar ao de QI.
Os GIFS podem travar na primeira vez em que ele rodar. Portanto, espere ele rodar pela segunda vez para vê-lo perfeitamente.
Quarterback
Os exercícios para o quarterback não poderia ser outro além de… lançar a bola. Nele, o jogador precisa lançar a bola para o recebedor correndo diferentes rotas, e lançar a bola dando diferentes passos para trás (3, 5 ou 7). Os técnicos não estão preocupados se o QB completa ou não o passe (até porque eles não têm entrosamento com os recebedores), e sim em seu trabalho com os pés, a forma como eles seguram a bola e o jeito como eles lançam a bola.
O dropback e o footwork são os aspectos mais analisados nos exercícios dos quarterbacks. Isso se deve pelo fato de a maioria das equipes do futebol americano universitário atuarem na chamada spread offense, em que a maioria dos snaps se dá na shotgun e não é necessário fazer o dropback, tão importante nos ataques da NFL.
Running Back
Para o running back, os técnicos querem ver sua agilidade e sua capacidade de mudar de direção em um curto período de tempo — carregando a bola, é claro. Para avaliá-los dessa maneira, o jogador realiza exercícios recebendo a bola para correr de várias formas, além de ter que passar por obstáculos no chão e em sua frente também. Há também exercícios para ver como o jogador recebe passes, um fundamento que os running backs também precisam saber.
Wide Receiver/Tight End
Para os wide receivers e tight ends, os exercícios são bem parecidos. Neles, os técnicos buscam ver o reflexo do jogador em agarrar a bola, a forma no qual ele faz a recepção, além de, claro, sua velocidade. Os exercícios colocam o jogador para fazer a recepção em diferentes rotas ou até fazer mais de uma recepção no mesmo exercício (como o GIF), justamente para focar no reflexo do jogador. Esse drill é criticado por alguns técnicos pelo fato do wide receiver receber o passe e soltar a bola logo em seguida, algo que não pode acontecer numa situação de jogo. Para os tight ends, os exercícios para bloquear também são bem repetidos.
Linha Ofensiva
Os exercícios da linha ofensiva são justamente a função principal dela: bloquear. Entre exercícios que mostram sua velocidade e mudança de direção para outros que mostram sua força, os técnicos precisam ver a capacidade do jogador em não só proteger o quarterback, mas como também abrir espaço para corridas do running back. O trabalho dos pés também é muito analisado nos exercícios de linha ofensiva.
Linha Defensiva
Para jogadores de linha defensiva (seja ele do interior da linha ou não), os técnicos querem ver a forma de como ele executa as técnicas para passar pela linha ofensiva. No exercício, o jogador precisa executar a técnica correta contra obstáculos que simulam o jogador da OL. Além disso, o exercício conta com um técnico simulando o snap antes do jogador fazer o exercício (o GIF não mostra perfeitamente, mas o técnico de preto está segurando um cabo com uma bola na ponta para essa simulação), para mostrar também a reação do jogador no momento em que a jogada começa.
Linebacker
Os linebackers precisam mostrar velocidade, mudança rápida de direção e, principalmente, olhar a bola. Sempre. No exercício mais clássico do Combine para a posição, o linebacker precisa mudar três vezes para a direção que o técnico indicar, correr para frente e interceptar o passe.
Defensive Back
O último grupo de jogadores a fazer os exercícios, os jogadores da secundária fazem quase que uma simulação de marcação. No teste, eles precisam mostrar sua velocidade correndo para trás, mudando de direção e sua habilidade em não só ver a bola no ar, mas também agarrá-la. Sendo assim, os técnicos conseguem avaliar bem os jogadores que pecam nesses fundamentos e podem não estar preparados para jogar no nível profissional. O trabalho de pés no backpedal e a habilidade de flexionar e girar o quadril também são analisados no exercício.
Avaliação de Medidas: Os jogadores passam por uma avaliação de todas suas medidas, que vão desde o básico, como altura e peso, até medições mais avançadas como envergadura e até o tamanho das màos. Para os running backs e jogadores de linha, há uma medição do percentual de gordura. Medidas como essa ajudam os técnicos a avaliar os jogadores de forma mais precisa.
Avaliação Médica: Os médicos do Combine separam a avaliação em duas partes: exames internos e ortopédicos. Os exames internos fazem não só uma avaliação cardiovascular, como também a saúde dos rins, fígado e dos pulmões. Já a ortopédica foca nos ossos, articulações e em todo o sistema ósseo. Para os jogadores de linha, é obrigatório um raio-x na coluna para verificar possíveis fraturas que podem afetar a medula espinhal. Por fim, jogadores lesionados também são avaliados para determinar o estágio da recuperação, para indicar aos técnicos o tempo restante para o jogador voltar aos gramados.
Teste de Drogas: É basicamente um teste anti-doping como qualquer outro. Aqui, o jogador só tem a perder: não ser pego é mais do que a obrigação, enquanto ser pego é péssimo para o Draft. Randy Gregory foi pego no exame e caiu do Top 10 do Draft de 2015 para o fim da segunda rodada, quando foi selecionado pelo Dallas Cowboys.
Entrevistas: Cada time da NFL pode realizar entrevistas com 60 jogadores diferentes. As entrevistas são feitas no hotel que o jogador está hospedado e as perguntas variam de time para time. Para muitos técnicos, as entrevistas são consideradas mais importantes que os testes físicos.
Teste Wonderlic: O Wonderlic Test é um exame similar ao teste de QI. O teste contém 50 perguntas e o Combine estabelece um máximo de 12 minutos para os jogadores tentarem respondê-lo. Em 2003, Tony Romo acertou 37, muito acima da média, enquanto Morris Claiborne acertou apenas 4 (sim, 4 de 50) em 2012. A nota de Claiborne foi a pior da história do Combine.
Teste Cybex: O Cybex Test está longe de ser o teste mais importante do evento. Nele, o jogador é preso em uma máquina, que consegue determinar a flexibilidade e o movimento das articulações dos jogadores.
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