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Two Minute Drill | Motivos para ainda acreditar em playoffs

O Dallas Cowboys está enfrentando uma sequência de 4 derrotas seguidas, a mais longa com Jason Garrett como head coach. O time ainda não conta com Tony Romo, que só volta na semana 11, e ainda não há certeza se Dez Bryant atuará na partida contra Seattle, mesmo o camisa 88 tendo treinado nesta quarta-feira pela primeira vez desde a semana 1. Mas existem razões para a torcida estar otimista em uma classificação aos playoffs, e diversas outras para se acreditar o contrário. É isso, entre outras coisas, que o Two Minute Drill dessa semana discute.

 

  • Nas quatro partidas desde a lesão de Tony Romo, o ataque do Cowboys já sofreu sete turnovers e a defesa ainda não conseguiu forçar nenhum. Nessa sequência, foram duas interceptações de Weeden, três de Cassel, um fumble de Witten e outro de Beasley. A defesa já teve diversas oportunidades de recuperar a posse de bola, como em interceptações ‘derrubadas’ por Claiborne contra Atlanta, Patmon contra New Orleans e White contra New England. Na partida contra o Saints, Church interceptou Brees, porém uma falta de Carr anulou a jogada. Na partida contra o Patriots, Hardy forçou um fumble após um sack em Brady, e Church teve a oportunidade de recuperar a bola, mas não conseguiu agarrá-la, e o ataque do Pats manteve a posse de bola. O ataque de Dallas precisa limitar o número de turnovers e a defesa capitalizar mais nos erros dos adversários. Até Tony Romo voltar, o ataque não pode desperdiçar oportunidades e a defesa precisa dar uma boa posição de campo para Cassel trabalhar.

 

  • Matt Cassel mostrou mais qualidade que Brandon Weeden em comandar o ataque do Cowboys. Ele demonstrou ótima presença de pocket, conseguiu escapar de pressões, estender jogadas e drives, e demonstrou vontade e coragem em fazer lançamentos longos. Em uma partida com Cassel, os recebedores tiveram mais recepções de 20 ou mais jardas do que em três jogos com Weeden. Os passes de Cassel para Jason Witten no meio do campo para um avanço de 35 jardas e o touchdown lançado para Devin Street foram sensacionais. Nas partidas lideradas por Weeden, o Cowboys teve um aproveitamento de 25% (8-32) em terceiras descidas. Contra o Giants, o ataque converteu 55% (6-11) dos third downs. Cassel mostrou qualidade e que tem condições de liderar esse ataque e conseguir colocar pontos no placar. Porém, suas três interceptações acabaram com qualquer chance do Cowboys vencer a partida. Na primeira, retornada para touchdown, Cassel demorou para lançar a bola. Na segunda, fez um passe muito ruim, que ficou muito tempo no ar, e perdeu a chance de touchdown, já que Williams estava livre. Na terceira, não analisou corretamente a marcação por zona do Giants e deu um presente à Rodgers-Cromartie. Para que o Cowboys vença partidas nas próximas semanas, Cassel precisa cometer menos erros, mas não pode ter medo de lançar os passes em profundidade.

 

 

  • O Dallas Cowboys vinha tendo dificuldade de correr com a bola com consistência na temporada, principalmente após a lesão de Tony Romo e Dez Bryant. As defesas pararam de respeitar o jogo aéreo de Dallas e passaram a colocar um número maior de jogadores dentro do box do que o Cowboys podia bloquear. Na partida contra o Giants não foi diferente, já que New York colocou o calouro Landon Collins próximo a linha de scrimmage durante quase toda partida. Para vencer o box cheio, Dallas se utilizou de algumas jogadas diferentes, como as jet sweeps  reverses (corridas em que um jogador atravessa o campo e corre com a bola no sentido contrário do fluxo da linha ofensivacom Lucky Whitehead, além de algumas draws (corrida em que o quarterback recua como se fosse lançar a bola mas entrega para o running back). Mas a principal diferença foi a grande partida de Darren McFadden, que foi tudo o que Dallas precisa de um running back. Ele foi decisivo em suas corridas, teve boa visão, foi físico e terminou muito bem as corridas, conseguindo jardas após o contato. A maneira como McFadden correu lembou muito DeMarco Murray no ano passado. Das 29 corridas do camisa 20, apenas 3 foram para mais de 10 jardas, e mesmo assim conseguiu acumular 152 jardas, maior marca conseguida por DMC desde a semana 3 de 2011. O Cowboys precisa de mais partidas assim de Darren McFadden.

 

 

  • A defesa do Cowboys não tem conseguido forçar turnovers, mas tem feito mais do que suficiente para que o Cowboys vença as partidas. Contra New Orleans, a defesa cedeu apenas 20 pontos nos 4 quartos de partida. Na partida contra New England, a defesa cedeu apenas 13 pontos no primeiro tempo, tendo conseguido 5 sacks no período, mesmo com o ataque do Patriots começando em situações muito favoráveis de campo. Essa semana contra o Giants, a defesa cedeu apenas 13 pontos. Os outros 14 pontos anotados por New York aconteceram através de uma pick six e de um retorno de kickoff. Forçar turnovers ajudaria muito o ataque, que precisa de boas posições de campo para pontuar com mais frequência. Mas a defesa tem segurado os ataques adversários a baixas pontuações. Resta o ataque fazer a sua parte.

 

  • Eu tenho milhões de motivos para não gostar de Greg Hardy como pessoa, mas a atitude dele na sideline na partida contra o Giants não é um deles. O futebol americano é um jogo de emoções e a intensidade pode acabar aumentando em determinadas situações. A defesa estava fazendo uma grande partida e o special teams não deu uma chance para que Hardy e seus colegas fizessem sua parte e dessem uma chance para o ataque vencer a partida. Ele pode ter exagerado ao derrubar o tablet da mão de Rich Bisaccia, coordenador do special teams, mas essas coisas acontecem na NFL. Dez Bryant já demonstrou frustrações parecidas em anos anteriores, como na partida contra Detroit em 2013. Dallas já teve outros jogadores com personalidades parecidas com a de Hardy, como Charles Haley e Michael Irvin. A mídia está fazendo muito barulho em relação ao fato apenas por se tratar de Hardy e todo o passado dele, principalmente fora de campo. O mesmo foi feito com Dez Bryant em 2013.

Leonardo Sangiorge

Acompanha a NFL desde 2009. Desde então, torce para o Cowboys e sofre com o time a cada jogo. Escritor das colunas Two Minute Drill e Matchups, além de participante do PodCast. Valeu?

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