Opinião

Super Trio: Sucesso ou decepção?

Chegando ao final da temporada, será que realmente o trio de recebedores do Dallas Cowboys correspondeu às expectativas?

Quando iniciou a temporada, as expectativas sobre o grupo de wide receiver do Dallas Cowboys, em especial os três titulares, o super trio, eram enormes.

Era praticamente um consenso que os Cowboys tinham o melhor trio de recebedores entre os 32 times da NFL.

Amari Cooper, CeeDee Lamb e Michael Gallup. Até ler esses nomes gerava algum arrepio na offseason.

Somados a eles, Blake Jarwin (mesmo retornando de grave lesão) e Dalton Schultz seriam complementos maravilhosos para tornar o ataque aéreo da franquia uma máquina de touchdowns e pontos.

Tremei, adversários!

Estamos caminhando para a última partida da temporada regular e vem a pergunta: realmente esse (super) trio foi o melhor da liga em 2021?

Ninguém precisa vasculhar as demais equipes da NFL para chegar à conclusão óbvia de que o trio de alguma forma decepcionou. Aliás, a história costuma ser sempre cruel com altíssimas expectativas.

O fato é que, para surpresa da maioria, apenas Lamb passou das 1.000 jardas e nenhum deles foi lembrado para o Pro Bowl.

Seria isso um fiasco?

Talvez aí já seja um pouco forte demais criticá-los dessa forma.

Os motivos para tamanha decepção são vários.

O primeiro deles diz respeito com a divisão que naturalmente ocorre quando há tantos jogadores talentosos juntos. Dificilmente teríamos grandes destaques individuais com tantas opões ao quarterback.

O azar também é um dos fatores, já que Gallup enfrentou duas lesões, uma muscular e outra com rompimento do ligamento cruzado anterior esquerdo, sendo que esta última o retirou do restante da temporada. Igualmente, Cooper também vem lutando contra lesões musculares e ficou afastado duas semanas em razão da covid-19, sendo um atleta não vacinado.

Ao lado desses, nós podemos colocar algo na conta de Kellen Moore, que vem sendo bastante contestado nas últimas rodadas. Inclusive, Cooper tornou públicas suas críticas de ser pouco acionado antes da partida no AT&T contra Washington.

A performance do quarterback Dak Prescott, especialmente depois de sua lesão no jogo que antecedeu a bye week, é outro elemento desse mix, junto com o desempenho (e as constantes mudanças por conta de lesões) da linha ofensiva.

Apesar disso tudo, os números – e os drops – são claros em revelar a baixa produtividade pelo que se esperava, principalmente depois da parada na semana 7.

Foto: Roger Steinman (AP)

Pré testar positivo para a COVID-19, Amari Cooper tinha uma média de 64,7 jardas por partida, que caiu para apenas 40,6 jardas por jogo depois do seu retorno. O percentual de recepções nesse segundo período é fraco, com 59,4% (assustadores 42,9% na última partida contra os Cardinals), sendo que sua média na atual temporada é de 64,9%, abaixo dos 70,8% de 2020.

CeeDee Lamb colecionou grandes jogadas junto com muitos drops, mas, seus números o tornam o mais consistente dos três. Possui 1.075 jardas totais, com 70 jardas de média por jogo. Embora tenha crescido de 5 pra 6 touchdowns de 2020 para 2021, o jogador caiu no quesito de percentual de recepções, com 66,7% no ano anterior para 65,3% para o atual. Pouco coisa, mas se esperava um crescimento após seu ano de calouro. Com todo o respeito, sua participação retornando punts não possui nada digno de maiores notas.

Qualquer avaliação mais aprofundada sobre Michael Gallup é injusta, por conta das lesões que enfrentou e da necessidade de recuperação, então nada será dito por aqui, apenas que suas médias são praticamente idênticas a 2020, mas inferiores a 2019.

Não fui eu, foram eles que se colocaram nesse patamar de power trio e o escambau. Na esteira da comoção do blockbuster mundial lançado no fim de 2021, com grandes poderes vêm grandes responsabilidades.

Na real, acreditar que o grupo foi de alguma forma uma decepção tem relação direta com a expectativa criada e com um ataque que não vem funcionando como um todo há vários jogos, justamente avizinhando-se os playoffs. Dallas ofensivamente ainda possui números gerais dos melhores da liga. Assistir na tela é que não tem sido essa maravilha, em especial o super trio na segunda metade da temporada.

Enfim, o tempo não volta e só podemos pensar no futuro.

Se Dallas quiser uma corrida longa nos playoffs, vai precisar de um desempenho melhor do seu grupo de wide receivers, principalmente das estrelas Cooper e Lamb, agora ao lado de Cedrick Wilson (e Malik Turner no revezamento do número 3).

Esse trio que povoou nossos sonhos até setembro infelizmente não vingou plenamente e, temo eu, não será repetido em 2022 por questões contratuais.

Quem sabe com menos expectativas surjam melhores resultados.

Saudações e Go Cowboys.


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Diego Barros

Torcedor do Dallas escondido no velho oeste do Rio Grande do Sul. Veterano na torcida desde a década de 90, louco para recuperar o Lombardi.

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