Qual o futuro de Michael Gallup no Dallas Cowboys?

Qual o futuro de Michael Gallup no Dallas Cowboys?

Michael Gallup tem 24 anos (completará 25 no dia 4 de março próximo) e foi uma escolha dos Cowboys de terceira rodada do draft de 2018 (81ª geral) vindo da Universidade de Colorado State.

Depois de um início tímido, típico dos calouros que entram na liga, ele foi aos poucos se consolidando como um ótimo atleta e uma sólida opção como recebedor numa unidade muito talentosa.

No total, ele possui 48 partidas em três anos, sendo 35 delas como titular, com 158 recepções de passe para 2457 jardas totais (recorde de 1107 jardas em 2019) e 13 touchdowns. Sua média é de 15,6 jardas por recepção. Isso não inclui os dois jogos de playoffs em que ele recebeu oito passes para 137 jardas e um touchdown.

Em resumo, um baita jogador.

Além disso, ele possui uma química muito especial com Dak Prescott, o quarterback (será?) do Dallas Cowboys. Um exemplo claro disso foi visto na primeira semana da temporada passada contra o Los Angeles Rams. Na campanha que definiu o jogo, os comentaristas da transmissão brasileira referiram que ‘era o momento de Dak mostrar porque merecia um contrato gigante na NFL’. Então, o quarterback soltou uma bomba para Gallup que simplesmente venceu na linha lateral Jalen Ramsey, o melhor cornerback da NFL. A vitória só não veio pois os árbitros viram uma falta em Ramsey e a grande recepção voltou.

Esse entendimento já era bom em 2019 e se consolidou na temporada passada. Os números de Gallup antes da grave lesão que encerrou a temporada de Prescott são excelentes. O wide receiver foi responsável por receber 17 passes em 28 tentativas para 348 jardas, representando a média de 20 jardas por recepção, além de ter marcado um touchdown. Numa temporada cheia, isso se projetaria para 54 recepções em 90 alvos para 1.114 jardas recebidas e três touchdowns.

A saída de Prescott fez os números do recebedor despencarem (como de muitos da equipe), com 42 recepções para 495 jardas (média de 11,79 jardas por recepção).

Das 843 jardas recebidas por Gallup durante a temporada de 2020, 41% delas vieram nos primeiros cinco jogos do ano. Gallup ainda foi responsável por 33% da produção ofensiva da equipe na temporada com Prescott como titular.

A verdade é uma só: a química de Dak e Gallup é maravilhosa.

Porém, o atleta será um free agent no próximo ano, caso não renove o contrato antes desse prazo.

Nesse momento, o atento leitor estará a questionar: qual o motivo de escrevermos um texto um ano antes do problema surgir?

O fato é que há três caminhos sobre o futuro de Gallup: ou ele renova por valores milionários (o que, convenhamos, com o que já se paga no ataque, será muito difícil) ou seu destino seguirá em outra equipe da NFL, com os Cowboys recebendo uma escolha compensatória de no máximo terceira rodada no draft de 2023, dependendo do contrato que ele assinar.

E a terceira via?

Bom, Gallup é um ativo bem consistente para ser colocado numa troca. Não acredito que ele possa valer uma escolha de primeira rodada, já que tem somente um ano de contrato e precisará renovar por valores significativos. E, até este momento, não é o WR1 na sua equipe.

Mas, convenhamos, possivelmente ele valha uma escolha de segunda rodada (ou uma potencialmente de final de primeira rodada do draft de 2022).

E aí? O que você faria se fosse o general manager do Dallas Cowboys? Aproveitaria seu potencial esportivo em 2021, assumindo o risco altíssimo de perdê-lo no próximo ano (quase que certamente), para receber quem sabe uma escolha compensatória de terceira rodada em 2023, ou trocaria ele agora por um jogador de necessidade (quem sabe de defesa) ou por uma pick de segunda rodada neste ou quem sabe algo mais alto para o draft de 2022?

Não é fácil de decidir isso. Ganho esportivo imediato ou capital futuro?

Um fator para a permanência é o ganho efetivo. Gallup é um jogador ambientado, com ótima química de ataque e que faz dos Cowboys uma das melhores unidades de recebedores da liga. É um alvo que causa pânico às defesas adversárias. E é o ataque dos Cowboys que sustenta a campanha da equipe.

Ao mesmo tempo, as maiores necessidades da franquia são em posições de defesa e há dificuldades em se reforçar nesse ano de cap reduzido. Aliás, o custo financeiro do roster do Dallas Cowboys é bastante desequilibrado, já que a maior parte é gasta no ataque. A defesa precisa de reforços para ontem.

Muito difícil. O futuro de Gallup não é algo de fácil decisão.

Aqui eu não posso ficar em cima do muro.

Adoro o nosso camisa 13. Todavia, eu tenho quase certeza que ele não seguirá em 2022. O fato de termos uma redução do salary cap, a necessidade de renovar com o quarterback titular, a presença de CeeDee Lamb com contrato de calouro e de outros jogadores potencialmente importantes na unidade, em especial Cedrick Wilson e, saudável, também o tigh end Blake Jarwin, que é um ótimo recebedor, se a decisão passasse pela minha pessoa eu certamente estaria disposto a, ao menos, analisar uma proposta (muito) tentadora. As necessidades em todas as unidades de defesa não podem dar o luxo para Dallas ter três recebedores com potencial de número 1. Times que avançam nos playoffs são mais equilibrados.

Ao mesmo tempo, acredito que o front office não pode, JAMAIS, colocar Gallup na prateleira do mercado. Ele não pode ser um jogador considerado pela franquia como disponível para troca. Isso desvaloriza demais o valor do atleta. A troca só pode ocorrer com vantagem clara para Dallas e vinda de proposta externa, sem rifar o jogador. Caso ninguém apareça, Dallas não sairá perdendo, já que o ganho esportivo é excelente e imediato e o front office ainda terá chance de renovar ou receber uma escolha compensatória em 2023.

Agora, se alguém aparecer com uma proposta irrecusável… bem, precisa ser uma muito boa, repito. Senão, essa equipe receberá uma negativa bem grande e precisará lembrar que o ataque texano virá para cima deles literalmente à galope.

E aí, qual a opinião de vocês? Qual o futuro de Michael Gallup no Dallas Cowboys?

Saudações, e Go Cowboys.

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