Mostrando que estamos em um ano tão atípico, ninguém imagina que a coletiva de imprensa de um quarterback poderia tocar em tantos tópicos diferentes.
Em sua conferência regular de quinta-feira com os repórteres, Dak Prescott foi questionado sobre futebol americano. Ele minimizou a ideia de que esta viagem da semana 3 a Seattle é sobre ele contra Russell Wilson, acrescentando que ele tem fé em sua defesa para lidar com o quarterback do Seahawks.
Ele também falou sobre o rosto mais novo no elenco de Seattle, lembrando o impacto de Jamal Adams na derrota da última temporada para o New York Jets.
“Eu obviamente joguei contra ele quando ele estava em Nova York. Mas apenas sabendo que ele pode atrapalhar o jogo”, disse Prescott. “Você tem que dar conta dele quando ele está ao redor da linha de scrimmage ou na proteção de passe, mesmo se não esteja mandando a bola naquela direção.”
Mas intercalados com as perguntas sobre o jogo deste fim de semana, estavam muitos outros pontos de discussão – pontos de discussão que não podem ser evitados em um ano que testemunhou uma pandemia global, bem como uma agitação social sem precedentes.
Talvez o ponto mais comovente de toda a conversa tenha sido a pergunta final, pedindo a Prescott o que ele pensava sobre o veredicto desta semana no assassinato de Breonna Taylor em Louisville.
“Isso é nojento. Não entendo de jeito nenhum”, disse Prescott.
Na quinta-feira, um grande júri estadual indiciou um dos três policiais envolvidos no tiroteio de Taylor em março, por três acusações. Os outros dois policiais não foram indiciados. Os detalhes da morte de Taylor se tornaram amplamente controversos e – junto com a morte de George Floyd em maio – geraram protestos em todo o país nos últimos meses.
“Há muitas coisas neste país que não entendo e que estamos vendo agora”, continuou Prescott. “É sobre nos educarmos, sobre nos registrarmos para votar e irmos lá e fazer isso. E ter certeza de que somos informados sobre em quem estamos votando e o que eles farão enquanto estiverem no cargo. Essa é uma das maiores coisas que eu digo que demos um passo como equipe, é tentar falar sobre isso – a importância de votar, a importância de nossas vozes serem ouvidas em toda a nossa comunidade e serem líderes lá. Isso é simplesmente inaceitável e não entendo um policial não sendo acusado nesse caso.”
Prescott também falou longamente sobre o assunto da saúde mental, que tem sido um tópico de conversa desde que ele falou pela primeira vez sobre como lidar com a depressão e a ansiedade durante uma entrevista no início deste ano.
O assunto foi bem abordado nas últimas duas semanas, mas voltou à tona quando foi divulgada a filmagem de Prescott e Hayden Hurst de Atlanta falando após o jogo da semana passada. Hurst, que usava um microfone para o jogo, reservou um tempo para encontrar Prescott após o final do jogo para agradecê-lo por falar sobre o assunto.
“Obviamente animado depois de uma grande vitória como essa, mas por ele ir até lá, nós abraçamos esse momento”, disse Prescott. “Ele estava me contando sobre o que ele e sua mãe estão fazendo com a fundação. Estou animado para trabalhar com ele. Conversamos desde então.”
Hurst não foi o único jogador a expressar seu apoio a Prescott. Em sua própria sessão de imprensa com repórteres nesta semana, o quarterback do Green Bay, Aaron Rodgers – que também defendeu a saúde mental durante sua carreira – aplaudiu Prescott por falar sobre o assunto. Ele também tinha algumas palavras para quem poderia criticá-lo por isso.
“Eu aprecio isso e respeito Aaron – respeito Aaron tanto quanto provavelmente qualquer outro quarterback que temos nesta liga”, disse Prescott. “Obviamente, o jogo dele, mas ele apenas dizer o que disse e amei o que disse sobre as coisas pessoais das pessoas não afetar nenhum de nós, como nos sentimos sobre nós mesmos. Eu acho que isso é ótimo.”
Foi uma curta coletiva de imprensa, cerca de cinco minutos. Isso porque Prescott não tinha muito tempo em sua agenda antes de ter que sair para uma reunião à tarde. No final das contas, o futebol americano ainda está no centro das atenções.
Mas em 2020, é mais aparente do que nunca que há outras questões com as quais vale a pena se preocupar – e Prescott não tem medo de falar sobre elas.
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