Opinião

Cooper, Lamb e Gallup: como encaixar os três no time?

Antes do Draft, todos já sabíamos que o Dallas Cowboys precisava de um wide receiver. A saída de Randall Cobb abriu uma vaga no roster que deveria ser preenchida antes da próxima temporada. O que ninguém esperava era que um dos melhores – se não o melhor – WR da classe cairia no nosso colo na 17ª overall.

Fui uma das poucas – talvez a única – que, na hora da escolha, ficou desesperada. Na mesma semana do Draft, fiz uma matéria falando o porque Dallas não deveria investir em um WR na primeira escolha da franquia. Tendo em mente as maiores necessidades da equipe, nomes disponíveis e minha opinião sobre essa possível escolha, fiquei revoltada ao ver a pick. Com a cabeça fria, analisei toda a situação e percebi o quanto ganhamos ao selecionar CeeDee Lamb.

Agora a questão que fica é: como Amari Cooper, Michael Gallup e CeeDee Lamb se encaixarão no esquema do Dallas Cowboys?

(Foto: Inside The Star)

 


Não tem mistério

Cooper continua como o principal recebedor do Dallas Cowboys. Isso ficou ainda mais claro depois de sua renovação. O jogador foi o respiro de alívio do torcedor em 2018, e apesar de hoje não ser o único talento da posição, ainda é o mais confiável. Acredito que assim permanecerá por mais dois anos, pelo menos. A estrutura de seu contrato – em relação a uma possível saída do jogador em 2022, deixando o menor impacto possível no salary cap – e agora, com a escolha de CeeDee Lamb, sugere que o Cowboys tem alguns planos para o futuro, o que é papo para outra análise.

Já Gallup irá para seu terceiro ano na NFL. O jogador não precisa mais se provar, pois teve um ótimo 2019 e convenceu quem ainda não confiava nele. Assim como na última temporada, continuará como o 2° WR de Dallas. O jogador também poderá ter sua história com Dallas resolvida em 2022, quando poderá se tornar um unrestricted free agent.

 


CeeDee e a vaga de slot

A vaga de slot receiver estava aberta, com a saída de Randall Cobb. Ao ser questionado sobre a posição, Lamb disse “Eu não tenho preferência, mas fico com a vaga. Eu gosto do slot, com certeza.” Mas o jogador também pode ser usado como um receptor mais tradicional ou como retornador de punt. O head coach Mike McCarthy já tem sua opinião sobre o WR:

“Ele é um jogador dinâmico. Tem um status alfa, além da capacidade de reproduzir o que eu chamo de todas as quatro posições [de um wide receiver], tanto inside quanto outside. Ele tem a capacidade de se movimentar bem e criar confrontos favoráveis. […] Nós sentimos que pegamos o melhor jogador do board.”

CeeDee se destacou na faculdade pelas suas jardas ganhas após a recepção e contato. Em sua última temporada na faculdade, o wide receiver somou 1.327 jardas, uma média de 21,4 jardas por recepção.

Leia Mais: OS CARAS DO DRAFT | Analisando o WR CeeDee Lamb, de Oklahoma

Michael Irvin, Hall of Famer pelo Dallas Cowboys, também já emitiu sua opinião sobre o jogador:

“CeeDee Lamb não está vindo para ser o terceiro recebedor. Ele é tem talento de um WR 1. Ele está vindo para deixar sua marca e jogar em qualquer posição enquanto se prepara para ser o n° 1. A maior qualidade que você pode ter, como wide receiver, é o controle do seu corpo. Ele tem, assim como DeAndre Hopkins. […] Não há rota que ele não possa correr, isso o torna perigoso.”

(Foto: Soonersports)

 


Como contribuirão para o Dallas Cowboys, como corpo de wide receivers?

Já deu pra perceber que o Time da América tem hoje, o melhor corpo de wide receivers da Liga. Mas além da qualidade dos recebedores, como isso influencia no jogo da equipe, como um todo?

Bom, Dak Prescott sem dúvidas será o maior beneficiado. O quarterback teve em 2019 a segunda melhor temporada da sua carreira de quatro anos, perdendo apenas para 2016 – na minha opinião. Teve ótimos números em jardas (4.902 – 2°lugar na Liga) e touchdowns (30 – 4° lugar na Liga). Ficou ainda mais claro o quanto o QB melhora sua produção com bons nomes recebendo a bola – o que, convenhamos, não é novidade pra ninguém e em nenhum time.

Além disso, um grupo de recebedores tão forte chama atenção da defesa, o que abre mais espaço para Ezekiel Elliott e Tony Pollard executarem seu trabalho pelo chão. O adversário terá trabalho para parar esse ataque completo.

 


Mais de mil jardas para cada WR?

Isso só aconteceu três vezes na história da NFL: o Washington Redskins de 1989 com Art Monk, Gary Clark e Ricky Sanders; o Indianapolis Colts de 2004 com Marvin Harrison, Reggie Wayne e Brandon Stokely; e o Arizona Cardinals de 2008 com Larry Fitzgerald, Anquan Boldin e Steve Breaston.

Não é irreal imaginar que isso pode acontecer em 2020. No ano passado, o Cowboys quase alcançou esta marca. Cooper somou 1.189 jardas, Gallup 1.107 e Cobb 828. Foi a primeira vez que dois wide receivers receberam mais de mil jardas em uma temporada. A última vez foi em 2012, com Dez Bryant e Jason Witten.

Já na história da franquia, o mais próximo que o Time da América chegou da marca foi com Dez Bryant, Miles Austin e Kevin Ogletree, onde somaram 2.761 jardas na “era” Tony Romo e Michael Irvin, Alvin Harper e Kelvin Martin, onde somaram 2.317 jardas na “era” Troy Aikman.

 


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Carol Grigori

Carioca vivendo em São Paulo, Engenheira de Produção e se especializando em Data Science. Escreve sobre NFL há 4 anos e é Gerente de Qualidade da Liga BFA. Obcecada pelo Dallas Cowboys e Flamengo.

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