OPINIÃO | O impacto de Cooper um ano após sua chegada

Hoje faz exatamente um ano que o Dallas Cowboys adquiriu o wide receiver Amari Cooper, decisão que provavelmente moldou o time como o vemos hoje.

No dia 22 de outubro de 2018, o Cowboys enviou uma escolha de primeira rodada para o Oakland Raiders em troca de Cooper, que vinha em uma fase ruim, com apenas 280 jardas e 1 touchdown em 6 jogos, e era muito questionado. Naquele momento, Dallas estava 3-4 na temporada e o ataque ia muito mal. Assim, a troca foi muito criticada por ter custado possivelmente um preço muito alto, ainda mais se o Cowboys mantivesse a toada e terminasse a temporada entre os piores times da liga, o que lhe teria rendido uma escolha alta no draft.

Hoje, ao olhar para trás, vemos que a troca saiu barata, principalmente quando se olha para os jogadores que estavam disponíveis na escolha 27 geral do draft (que seria do Cowboys) e é perceptível que nenhum deles teria o impacto que teve o Amari. Em 2018, após a chegada de Cooper, a produção do quarterback Dak Prescott subiu consideravelmente, como podemos ver na tabela abaixo. Além disso, Dallas teve, na temporada regular, sete vitórias e apenas duas derrotas com Amari em campo.

Cooper teve jogos explosivos em 2018, recebendo 10 passes para 217 jardas e 3 touchdowns (inclusive o da vitória, na prorrogação) contra os Eagles e, contra o Washington Redskins, anotou 8 recepções para 180 jardas e 2 touchdowns, sem falar nas 106 jardas contra Seattle em um jogo de playoff. Ainda assim, parecia que faltava alguma coisa, não estava perfeita a conexão entre Dak e “Coop”, já que o wide receiver teve 4 jogos abaixo de 40 jardas e somente 2 acima de 100 na temporada regular. Um tanto inconstante ainda.

Adicione uma pré-temporada completa para fazer a sintonia fina com seu quarterback e uma troca de coordenador ofensivo que renovou o ataque e o deixou bem mais perigoso no jogo aéreo e você terá um recebedor incrível em suas mãos. Amari Cooper tem, nos 7 jogos da temporada 2019, 621 jardas e 5 touchdowns, estando em 3º lugar na liga em ambos os quesitos. Vale lembrar que ele praticamente não jogou (esteve apenas nas 3 primeiras jogadas) contra o New York Jets por uma lesão no quadríceps, única partida em que teve menos de 40 jardas.

Cooper tem se mostrado excelente ao correr suas rotas, se livrando consistentemente dos marcadores.

Sem falar nas jardas após a recepção.

E Cooper com certeza é decisivo.

Além de brilhar por si só, as boas aparições de Amari tem deixado espaço para outros talentos do corpo de recebedores do Cowboys, já que os defensive backs adversários focarão suas atenções principalmente no número 19. Com isso, Michael Gallup apareceu muito bem nos primeiros jogos, antes de se lesionar e ficar de fora das semanas 3 e 4, chegando a liderar o time em jardas aéreas nas duas primeiras partidas da temporada.

A influência de Cooper no jogo aéreo de Dallas é inegável. Mas seu impacto vai ainda mais longe. Com os passes fluindo bem e a ameaça de jogadas longas sempre presente, a defesa é obrigada a recuar um pouco, por vezes adicionando um cornerback em campo em formações nickel. E tudo isso abre espaço para a corrida, arma tão importante do ataque texano nas últimas temporadas. Com um running back e uma linha ofensiva da mais alta qualidade, essa é a situação perfeita.

E vamos falar um pouco de extra-campo, porque não? Amari está em seu último ano de contrato de calouro e é esperado que receba uma grande extensão até o fim desta temporada. Recentemente, Julio Jones, do Atlanta Falcons, renovou por US$22 milhões anuais e se tornou o wide receiver mais bem pago da NFL. Pode-se esperar que o contrato de Cooper chegue perto disso, com todo o talento que ele tem mostrado.

Mesmo com o contrato por renovar, Cooper tem sido muito discreto e sério a esse respeito. Não houve ameaça de holdout ou exposição pública desnecessária da situação, o que é, na minha opinião, uma posição muito respeitável. “Eu quero estar aqui”, disse ele em uma entrevista na pré-temporada. “Eu não tenho pensado muito sobre minha situação contratual. Eu quero estar aqui correndo rotas. Eu quero estar aqui recebendo passes de Dak porque eu sei que é necessário e eu acho que isso me ajudará a conquistar o que eu quero conquistar nesta temporada”.

E, para finalizar, Cooper parece gostar muito de ganhar os jogos contra os rivais de divisão. E podemos falar que ele “dá seus pulos” para ganhar esses jogos, assim como fez no último Sunday Night Football contra o Philadelphia Eagles, quando passou das 100 jardas novamente.

Não é à toa que o Dallas Cowboys tem 7 vitórias e 0 derrotas contra os rivais da NFC East nos últimos 365 dias, ou seja, desde a chegada de Amari Cooper ao Texas.

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