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Amari Cooper fala sobre sua paixão, motivação e explosão em Dallas

Muito foi dito sobre Amari Cooper quando o jogador foi trocado do Oakland Raiders para o Dallas Cowboys durante a bye week por uma escolha de primeira rodada em 2019.

Haviam muitas preocupações vindo de pessoas de fora do time. Não apenas em relação ao valor pago pelo jogador, mas também em relação ao seu comprometimento, paixão e habilidades.

Muitas dessas pessoas estão agora pedindo desculpas a Jerry Jones e elogiando Cooper após seu espetacular desempenho nas suas seis semanas em Dallas, lembrando a todos por que os Raiders o escolheram na quarta escolha geral em 2015.

Cooper tem o maior número de jardas recebidas (642) e first downs (23), e está empatado com o maior número de touchdowns recebidos (seis), além de estar empatado em sétimo lugar no número de recepções (40) entre todos os recebedores da liga nas últimas seis semanas. Ele também lidera a liga com 11 first downs e 13 recepções em terceiras descidas durante esse período.

O que é mais importante é como ele transformou o time dos Cowboys, liderando-os à cinco vitórias e apenas uma derrota, incluindo uma sequência de cinco vitórias seguidas, o que deixa o time a apenas uma vitória de garantir o título da NFC East.

O golpe de misericórdia veio na vitória na prorrogação contra o Philadelphia Eagles por 29-23, onde Cooper teve 10 recepções para 217 jardas, a melhor marca de sua carreira, além de três touchdowns.

A performance rendeu a Cooper o seu segundo prêmio de jogador ofensivo da semana na NFC, sendo que os dois prêmios foram conquistados nas últimas três semanas. O jogador se tornou o primeiro jogador dos Cowboys a ganhar o prêmio duas vezes na mesma temporada.

Mas o tranquilo Cooper está em busca de maior reconhecimento como um dos melhores recebedores da liga, ao lado de DeAndre Hopkins, Julio Jones, e Odell Beckham Jr.

“É importante para mim receber esse reconhecimento,” disse Cooper. “É um sentimento muito bom. Eu sinto que é para isso que eu estou aqui. Eu sinto que sou capaz de ser esse cara. Eu sinto que é isso que eu sou. Eu preciso mostrar isso semanalmente. A confiança está aqui. Eu sempre senti que eu poderia ser o melhor recebedor da liga ou estar entre os melhores. Eu só preciso mostrar isso.”

Cooper certamente está mostrando.

E enquanto muitos sabiam que ele tinha o talento, a surpresa é que ele está fazendo isso de forma muito rápida em Dallas, e com muito equilíbrio após ter sido mediano durante as seis primeiras semanas da temporada com os Raiders.

Cooper teve apenas 22 recepções para 280 jardas e um touchdown em seus seis jogos com os Raiders no que foi a continuação da sua decadência após ir duas vezes ao Pro Bowl em suas duas primeiras temporadas na liga.

“Eu não sei. Eu não pensei muito sobre isso,” disse Cooper quando perguntado sobre o motivo de estar jogando muito melhor em Dallas. “Eu acho que quando você é mais acionado, você tem mais chances de fazer boas jogadas.”

Os Cowboys transformaram Cooper no ponto focal do seu ataque aéreo. Ele teve apenas 32 bolas lançadas em sua direção nos seis jogos com os Raiders. Com os Cowboys, ele teve 53 passes em sua direção no mesmo período de tempo.

O dono do Oakland Raiders, Mark Davis, disse a repórteres na reunião de donos da NFL na quarta-feira que Cooper não encaixava no sistema de ataque do técnico Jon Gruden, mas que seu pai, Al Davis, teria adorado a sua capacidade de receber bolas longas.

“Eu acho que ele teria amado Amari,” disse Davis sobre seu pai. “Mas não deu certo no nosso esquema. No futuro talvez nós digamos, ‘maldição’.”

Ele não disse ‘maldição’ quando viu Jerry Jones na quarta-feira. Tudo que ele fez foi dar risada.

“Os resultados falam sozinhos,” disse Davis a repórteres.

A diferença de esquema é algo que Coooper trouxe à tona quando pontou que os Cowboys passam mais em profundidade do que os raiders, além de mencionar sua sintonia tão rápida com Dak Prescott.

“Esse era o objetivo, entrar em sintonia com Dak e ver o tipo de quarterback que ele é em termos de qual rota ele gosta de lançar e esse tipo de coisas,” disse Cooper. “Eu acho que encaixa com meu estilo de jogo. Eu acho que nossos estilos se complementam.

“Antes de mais nada, eu gosto da bola em profundidade que ele lança. Como ele lança. Ele a coloca lá e eu consigo correr embaixo dela um pouco. Eu acho que isso é algo que eu faço bem, então eu gosto. Eu gosto da maneira como ele passa…Aqui, nós damos muita ênfase à bola longa. Se você olhar na liga, os times não lançam muitas bolas longas.”

Mas a ideia de que Cooper é apenas uma ameaça em profundidade é ridícula. Ele é um exímio corredor de rotas, que consegue ganhar rápido na linha de scrimmage, tanto em rotas slant quanto em rotas go, devido aos seus movimentos e seu estudo dos oponentes.

O técnico Jason Garrett não está surpreso com a performance de Cooper e com o seu talento, pois o time fez seu dever de casa antes de trocar pelo jogador. O time gostou do que viu em seu jogo, além de receber excelentes recomendações de seu técnico em Alabama.

“Mas não é fácil fazer o que ele está fazendo. Chegando no meio de uma temporada, se adaptando ao ataque e tendo o impacto que ele está tendo,” disse Garrett. “Mas ele é um ótimo jogador. Fisicamente ele é muito bom. Ele não tem nenhuma limitação nas rotas que ele corre e no que ele executa. Você pode pedir para ele fazer qualquer coisa.

“Mas talvez o que mais nos impressione é o quão inteligente ele é e o quanto ele gosta desse esporte. Desde o começo, nós demos muitas coisas para ele e nunca tivemos nenhum problema como ‘não sei onde devo alinhar nessa jogada.’ Ele é um cara muito sério. O esporte é importante para ele. Nós percebemos isso diariamente em como ele se prepara. E isso claramente se reflete nos domingos.”

Sua abordagem séria também é algo que aparentemente foi mal interpretado em Oakland, junto com sua abordagem tranquila, o que gerava acusações sobre uma certa falta de paixão.

Isso foi algo que Davis cortou dos repórteres na quarta-feira.

“Um jogador que não se importa não aparece nos treinos todos os dias fazendo o que ele faz,” disse ele.

Esse é o Cooper que Garrett tem visto nas últimas seis semanas em Dallas, além de ver um jogador que conhece e estuda o jogo.

“Absolutamente não só tem muito QI de futebol americano, mas ama o jogo e trabalha muito duro nisso,” disse Garrett. “Ele não fala muito. Ele não tem nenhuma preocupação a mais. Ele vem para o trabalho todos os dias, presta atenção nas reuniões. Vai para os treinos de campo, faz o seu trabalho, treina bem e joga bem. O cara que nós vemos aqui parece ser alguém que ama futebol americano e trabalha muito duro nisso. E tem sido um jogador muito produtivo para nós.”

Cooper disse que não sabe se as pessoas interpretam a sua natureza tranquila como uma falta de paixão, mas disse que a prova está no seu comprometimento e no seu trabalho.

“É claro (que não significa que eu não me importo),” disse Cooper quando questionado sobre seu comportamento. “Ninguém pode jogar por 18 anos sem ter paixão pelo jogo. Eu acho que é ridículo pensar isso.”

Ele disse que não precisa gritar pela bola e fazer um escândalo na sideline se não recebe o passe para mostrar que se importa com o jogo. Uma atitude que difere de outros recebedores que o time já teve como Michael Irvin, Terrell Owens e Dez Bryant.

Cooper mostrou muita paciência no começo do jogo contra os Eagles. Ele teve apenas uma recepção para 27 jardas no primeiro tempo e três recepções para 54 jardas após três quartos.

Isso foi antes dele explodir com sete recepções para 163 jardas e três touchdowns no último quarto e na prorrogação. Isso incluiu ele pedindo para Dak Prescott mudar sua rota no touchdown de 75 jarda no quarto período.

E enquanto Cooper é tranquilo na maioria do tempo, ele não deixou de mostrar sua paixão e empolgação após o touchdown que deu a vitória ao Time da América na prorrogação.

Após ser abraçado por seus companheiros ele gritou para as câmeras enquanto saía de campo: “Mesmo quando estão me marcando, eu não estou marcado.”

“Eu estava muito empolgado,” disse Cooper calmamente. “quem não sonha em receber o passe que ganha o jogo? É assim que eu me sinto. Por que não dizer? É assim que eu me sinto.”

Isso é paixão o suficiente para você?

 

Fonte
Star Telegram

Rafael Loureiro

Calouro, vindo de Santa Maria-RS, 18 anos, 6' 157 lbs e escolheu não correr o 40 yard dash. Viciado em NFL e apaixonado pelo Dallas Cowboys, agora compõe a equipe do Blue Star Brasil.

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