Opinião

OPINIÃO | O que a NFL  realmente deveria ter feito com Randy Gregory

A minha opinião não reflete, necessariamente, com a do site Blue Star Brasil e de seus colaboradores. Caso você discorde, adoraria saber o que você pensa sobre o assunto.

“Não é só um esporte”, eles dizem. “É muito mais. As pessoas de diferentes raças e crenças se juntam por um único motivo”.

Verdade.

Agora, o que acontece quando uma das pessoas que joga o esporte precisa de ajuda? Quando essa mesma pessoa sofre de doenças mentais e precisa do esporte pra melhorar?

Não vou entrar pesado na questão carcerária de 99% do mundo, mas preciso mencionar um pouco sobre pra argumentar o porquê a melhor decisão da NFL seria deixar o Greggy – se não jogar – pelo menos treinar e se manter em contato com os técnicos nas instalações dos Cowboys.

Na década de 70, rolou uma guerra contra as drogas nos EUA – especialmente maconha. O que acontece, na realidade, é que prender indivíduos que sofrem com o vício ou usam droga para lidar com ansiedade, no caso do Gregory, não deveriam ser presas. Punir pessoas com esses problemas (e a maioria deles, se vocês me permitirem dizer) não vai resolver nada; na verdade, só vai piorar.

Um estudo feito pelo psicólogo canadense Bruce K. Alexander, chamado “Parque dos Ratos”, provou isso. Ele colocou um rato numa jaula (prisão) e deu duas águas para o rato: uma drogada e outra limpa. Como de se esperar, o rato sempre escolhia a drogada e chegava a morrer de overdose. Porém, o Dr. Alexander pegou ratos e montou um “parque” para eles. Nesse parque, os ratos tinham aquelas rodas que eles adoram, amigos e tudo que um rato pode querer na vida. Da mesma forma que os ratos presos tinham a opção da água drogada e limpa na primeira fase, eles também tinham nessa segunda. Os resultados foram, como esperado, os ratos não queriam se drogar e se mantiveram limpos e felizes. (Mesmo os ratos que ficaram presos por 57 dias e se drogando na jaula, quando colocados no parque, eles pararam de usar droga aos poucos.)

O que eu quero dizer com tudo isso, você já deve imaginar. Tirar do Gregory a única coisa que pode salvá-lo é condenar um ser humano à morte (“morte” se você preferir).

“Mas, Rafa, o Gregory tem problemas com drogas desde a faculdade, ele falhou diversos testes, ele teve uma puta assistência dos Cowboys. Ele não tem solução e só está sofrendo com as regras da Liga.”

Vamos por parte.

  1. Sim, ele se drogava na faculdade, como eu já disse, por causa de crises de ansiedade.
  2. O teste que o colocou na suspensão de 1 ano só foi falhado porque ele estava num centro de reabilitação na Califórnia e não apareceu. Isso é realmente falhar?
  3. As regras da NFL são burras, por mais que sejam regras. Está na hora do Roger Goodell mostrar que é progressista e não vivendo na década de 70 e punindo jogadores por uso de maconha, sendo que, em 10 anos (ou menos?!), todo mundo poderá fumar legalmente nos Estados Unidos.
  4. A vida dessa pessoa (nem vou falar jogador) está em risco porque ele nasceu em tempos errados. Quantas pessoas vamos ter que perder por causa de regras burras?
  5. Hardy bateu numa mulher e pegou quatro jogos, Greggy fumou um baseado e não vai poder jogar por um ano. Não faz sentido nenhum.

Sim, eu entendo que são regras. E, no momento que ele assinou um contrato com os Cowboys, ele tem que cumpri-las. Mas a vida de um ser humano está em jogo porque somos retrógrados e antiquados.

E eu realmente, do fundo do meu coração, espero que ele volte em 2018 jogando muita bola e viva pra ver a maconha legalizada e fumar, sem preocupação, durante a temporada. Assim como os jogadores fazem com álcool.

Rafa Yamamoto

Dono do posto de editor mais bonito do Blue Star Brasil, Rafa Yamamoto é redator e apresenta o Podcast.

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